Relatório da UNESCO revela impacto dos conflitos armados na educação

Relatório da UNESCO revela impacto dos conflitos armados na educaçãoO Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos (EPT) 2011 da UNESCO, que foi lançado nesta terça-feira (1º/03) em Nova York, alerta que os conflitos armados estão privando 28 milhões de crianças da oportunidade de estudar e as expõem ao risco de serem vítimas de abusos sexuais e outros tipos de violência, a ataques direcionados a escolas e outros atentados contra os direitos humanos.

O relatório “A crise oculta: Conflitos armados e educação” adverte que o mundo não está no caminho para atingir até 2015 os seis objetivos de Educação para Todos (EPT), assinados por mais de 160 países em 2000, entre eles o Brasil. Apesar dos progressos em diversas áreas, a maioria dos objetivos ainda está longe de ser alcançada, especialmente em regiões devastadas por conflitos.

Situação no mundo

  • Desde 2000, o número de crianças fora da escola vem caindo, mas ainda há 67 milhões de crianças nessa situação;
  • Do número total de crianças em idade escolar primária do mundo que não estão matriculadas em escolas, 42% – 28 milhões – vivem em países pobres afetados por conflitos;
  • Nos países afetados por conflitos as taxas de matrícula na educação secundária são aproximadamente 30% inferiores às de outros países em desenvolvimento;
  • Vinte e um países gastam mais com as forças armadas do que com a educação básica; se esse gasto fosse cortado em apenas 10%, eles poderiam colocar mais 9.5 milhões de crianças na escola;
  • Aproximadamente 17% dos adultos do mundo – 796 milhões de pessoas – ainda não possuem competências básicas de alfabetização. Cerca de dois terços são mulheres;
  • Em países pobres afetados por conflitos, apenas 79% dos jovens são alfabetizados, comparando com 93% em outros países pobres;
  • Serão precisos mais 1.9 milhões de professores até 2015 para alcançar a educação primária universal, mais da metade deles na África subsaariana;
  • Os investimentos feitos pelos países doadores em educação fundamental desde 2008 estagnaram em 4,7 bilhões anuais. Há um déficit anual de 16 bilhões de dólares para o financiamento da EPT;
  • As disparidades de gênero diminuíram, embora os progressos sejam lentos;

Situação do Brasil

  • Em 2007, cerca de 682 mil crianças estavam fora da escola no Brasil. Se somarmos as crianças fora da escola em todo o mundo, metade delas se concentram em apenas 15 países. O Brasil faz parte deste grupo;
  • A maioria dos adultos analfabetos se concentra em 10 países, entre os quais o Brasil, que apesar de ter reduzido em 2,8 milhões a população analfabeta entre 2000 e 2007, ainda tinha 14 milhões de analfabetos em 2007.
  • O programa Brasil Alfabetizado ofereceu aulas de alfabetização a 8 milhões de jovens e adultos que receberam educação formal limitada. O programa usou informações detalhadas de pesquisas para identificar 1.928 municípios nos quais mais de um quarto da população é analfabeta: 84% estão na região nordeste;
  • Vários países latino-americanos têm programas de transferência de renda condicionados à permanência das crianças na escola. Evidências do Brasil, do México, da Nicarágua e de outros países sugerem que esses programas não apenas melhoram a frequência escolar, mas também a saúde e a nutrição;
  • Educação Infantil (4-6 anos): em 2008 apenas 49% da população dessa faixa etária estavam na escola;
  • No Brasil, a paridade de gênero (proporção de mulheres/homens) nas taxas de matrícula na educação primária foram de 0,94 em 1999 para 0,93 em 2008, e na educação secundária permaneceram em 1,11 nesse mesmo período.

Índice de Desenvolvimento da Educação (IDE)

  • Brasil permanece na 88ª posição, apesar de ter aumentado o índice de 0,883 para 0,889 de 2010 para 2011.
  • A taxa de matrícula líquida ajustada da educação primária (todas as crianças de 7 a 10 anos matriculadas na educação básica) subiu de 0,935 para 0,951 no mesmo período.
  • A taxa de alfabetização de adultos, o índice específico de gênero e a permanência na escola após o fim da educação primária permaneceram inalterados.

Mais informações

Assessoria de Comunicação – UNESCO no Brasil

Isabel de Paula
[email protected]
(61) 2106-3538/ 9962-6408