Secretário-Geral aponta desafios para a ajuda internacional na Líbia

Durante uma conferência internacional para discutir a situação na Líbia, realizada nesta terça-feira (29/03) em Londres (Inglaterra), o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que as ações da comunidade internacional impediram um desastre humanitário no país africano, mas alertou que a transição para uma democracia ainda levará tempo e deverá contar com a ajuda global.

Apesar das ações da resolução aprovada pelo Conselho de Segurança no começo do mês terem salvado “milhares de vidas”, Ban disse que tais operações não resolverão a crise política que se instaurou no país. Ele reiterou o pedido para que haja um cessar-fogo entre as forças militares e de oposição, e informou que seu Enviado Especial para a Líbia, Abdel-Elah al-Khatib, está em estreito contato com ambas as partes.

Em sua declaração, o Secretário-Geral ressaltou que a comunidade internacional deve manter uma “resposta coordenada e efetiva” que priorize a segurança dos civis e o fim da violência. Ele apoiou o pedido do Primeiro-Ministro britânico, David Cameron, para que um grupo de contato trate da situação, afirmando que deve haver coordenação entre a ONU, a Liga dos Estados Árabes, a União Africana, a Organização da Conferência Islâmica e a União Europeia.

“Sabemos que uma democracia estável deve ser baseada no desenvolvimento político, econômico e social”, declarou Ban, acrescentando que isto requer uma estratégia baseada num quadro integrado e em compromissos firmes de toda a comunidade internacional. “Devemos ser estratégicos ao ajudar a população líbia a realizar uma transição suave para o Estado de Direito e para a plena democracia. A décadas de repressão sobre partidos políticos, sociedade civil e imprensa impõem grandes desafios”, completou.