Secretário-Geral faz alerta contra ataques a membros de força de paz na Costa do Marfim

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu no último sábado (18/12) que qualquer ataque à Missão da ONU na Costa do Marfim ou tentativa de impedir seu trabalho terá consequências para os autores das ações. Esta é uma resposta à recente declaração do atual Presidente, Laurent Ggabo, que pediu a retirada das forças da ONU do país.

A Costa do Marfim enfrenta uma crise política após a recusa de Ggabo de aceitar o resultado das eleições do dia 28 de novembro, que apontaram como vencedor o candidato Alassane Ouattara. No sábado, militares da força de segurança nacional, ligados a Ggabo, dispararam contra um veículo da Missão das Nações Unidas na Costa do Marfim (UNOCI) e contra sentinelas montados na sede da Missão na capital comercial, Abidjan. Outro ataque, realizado por membros do grupo Jovens Patriotas, também ligado ao atual presidente, deixou dois observadores militares da ONU feridos.

Ban afirmou que a UNOCI continuará a cumprir seu mandato, monitorando qualquer registro de violação dos direitos humanos, incitação à violência ou ataques a membros das forças de paz. “Haverá consequências para os autores e organizadores destas e de outras ações futuras”, acrescentou.

O Secretário-Geral disse ainda que o Conselho de Segurança vai se reunir na segunda-feira (20/12) para discutir a situação na Costa do Marfim e a renovação do mandato da UNOCI, que expira no fim de dezembro. “A comunidade internacional tem falado com uma só voz sobre a tentativa de Ggabo de se manter no poder”, declarou Ban, ressaltando que a União Africana respeita a vontade democrática da população da Costa do Marfim e reconhece Outtara como o presidente eleito.