O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um alerta nesta quinta-feira (14/04) para a “grave” crise humanitária na Líbia. O comentário foi feito durante a Conferência de Cairo (Egito) sobre a Líbia, convocada em conjunto com a Liga dos Estados Árabes, para discutir os atuais conflitos entre rebeldes e forças do Governo de Muamar Kadafi.

Em cidades como Misrata, Brega e Zintan, onde os conflitos têm sido mais intensos, o acesso à serviços e produtos básicos, como alimentos e água, além de tratamento de saúde foram amplamente cortados. Estima-se que aproximadamente meio milhão de pessoas deixaram o país desde a eclosão dos conflitos, no começo do ano, e muitas permanecem em acampamentos de refugiados nos países vizinhos. “Precisamos ser cuidadosos para não permitir que se forme uma grande concentração de refugiados esperando para deixar o país nas fronteiras com os países vizinhos, especialmente devido à fragilidade da situação na região”, afirmou o Secretário-Geral.

Ban disse que pretende estabelecer, assim que possível, uma presença internacional em Tripoli, capital da Líbia, e afirmou que a Subsecretária-Geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, deve visitar o país em breve. Ele afirmou que a ONU lançou, em conjunto com os esforços diplomáticos, um processo de planejamento de contingência para ajudar a população líbia, e que abrange áreas como a construção e a manutenção da paz e a reconstrução pós-conflito.

“Devemos continuar falando com uma só voz; devemos continuar trabalhando com paciência e determinação para uma causa comum, pelo bem da população líbia”, declarou o Secretário-Geral, reiterando seus comentários feitos para o Grupo Internacional de Contato para a Líbia, nesta quarta-feira (13) em Doha (Catar).