Superlotação nas bases da ONU preocupa missão no Sudão do Sul

Uma idosa segura seu neto enquanto a mãe prepara comida em uma escola secundária em Malakal, capital do Alto Nilo, no Sudão do Sul. Foto: ACNUR/K. Gebreegziabher
Uma idosa segura seu neto enquanto a mãe prepara comida em uma escola secundária em Malakal, capital do Alto Nilo, no Sudão do Sul. Foto: ACNUR/K. Gebreegziabher

A missão de paz da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) disse nesta quarta-feira (9) que uma média de 75 mil civis encontraram refúgio da violência nas bases da ONU em todo o país.

A missão está particularmente preocupada com a superlotação em suas bases. Atualmente, cerca de 67 mil pessoas deslocadas internamente (PDI) estão buscando proteção em oito bases, principalmente em Juba e Malakal.

Nenhuma das bases foram projetadas para acolher os deslocados internos, e muito menos em tão grande número. “Com o espaço por pessoa atingindo menos de um décimo do que é recomendado pelos padrões humanitários mínimos, o risco de surtos de doenças permanece extremamente elevado”, disse a UNMISS em um comunicado a imprensa.

Além de fornecer abrigo, a missão e seus parceiros também estão trabalhando para melhorar a situação da água e do saneamento nos locais, a fim de atenuar os riscos em saúde pública decorrentes da superlotação e temperaturas escaldantes.

A ONU também está negociando com as autoridades sul-sudanesas o acesso a mais terras para acomodar os deslocadas, além de estar construindo complexos adicionais destinados à proteção dos civis em Bor, Juba e Malakal. No entanto, esses projetos estão significativamente atrasados devido à insegurança permanente em Malakal e a disponibilidade limitada de capacidade de engenharia.

As primeiras chuvas no início de março revelaram a deterioração inevitável das condições de vida no Sudão do Sul, um alerta para que a UNMISS e seus parceiros acelerem essas medidas.

A fim de evitar eventuais crises de saúde, os deslocados internos estão sendo realocados para áreas que não são propensas a inundações e, gradualmente, mudando para locais alternativos já concluídos.

No geral, cerca de 1 milhão de pessoas no Sudão do Sul foram forçadas a deixar suas casas devido ao conflito. A ONU continua a defender junto às autoridades nacionais soluções políticas e de segurança que permitirão aos deslocados voltar para suas casas ou procurar residência em qualquer outra parte do país.

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