Venezuela: ONU pede ‘gestos concretos de todas as partes’ para ‘reduzir polarização’

Protesto estudantil em 2014 na Venezuela. Foto: Kira Kariakin/Flickr/CC
Protesto estudantil em 2014 na Venezuela. Foto: Kira Kariakin/Flickr/CC

O secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu um comunicado nessa quinta-feira (20) afirmando está “preocupado” com os últimos acontecimentos na Venezuela. “Pedimos que todos os esforços sejam feitos para reduzir as tensões e evitar novos confrontos”, disse Guterres por meio de um comunicado de seu porta-voz, Stéphane Dujarric.

“Exortamos o governo da Venezuela e a oposição a comprometer-se sinceramente a reativar os esforços de diálogo, especialmente em torno das questões críticas que já haviam sido acordadas na agenda, como o equilíbrio de poderes entre as esferas do Estado, o calendário eleitoral, direitos humanos, verdade e justiça, bem como a situação socioeconômica”, diz a nota da ONU.

O comunicado apela por “gestos concretos de todas as partes” para “reduzir a polarização e criar as condições necessárias para enfrentar os desafios do país em benefício do povo venezuelano”.

Na quarta-feira (19), durante um dos maiores protestos convocados por grupos da oposição contra o governo, dois manifestantes e um militar foram assassinados. Com as mortes, segunda a imprensa internacional, chega a oito o número de assassinatos na Venezuela nas últimas três semanas, período no qual a oposição intensificou os pedidos de eleições gerais e outras mudanças no país.

Um dia antes, na terça-feira (18), o Escritório de Direitos Humanos da ONU (ACNUDH) alertou que a situação na Venezuela continua “muito preocupante”.

Em Genebra, o porta-voz do ACNUDH, Rupert Colville, disse que “o governo venezuelano precisa lembrar que a liberdade de reunião é um direito humano universal”. Ele destacou que os manifestantes têm o direito de protestar de forma pacífica. A ONU pediu ainda ao governo que conduza investigações imparciais sobre as mortes

O funcionário da ONU alegou que as “tensões precisam ser dissipadas e não aumentadas, já que armar civis é uma medida carregada de riscos”.

O porta-voz também pediu que nenhum civil seja preso por protestar de forma pacífica, nem tratado de forma violenta, e lembrou à população do país a importância de manter a paz durante as manifestações.