ONU pede o retorno de famílias palestinas um ano após despejo

Comissário-Geral da UNRWA, Filippo Grandi. Foto: ONUNa “triste ocasião” do aniversário de um ano dos despejos de refugiados palestinos de suas casas em Jerusalem Oriental, ontem (2), o Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), Filippo Grandi, pediu às autoridades israelenses que deixassem as famílias retornarem às suas casas e protegessem os direitos dos palestinos.

Há um ano, 11 famílias palestinas foram forçadamente removidas do bairro árabe Sheikh Jarrah, onde viviam há mais de 50 anos, por forças de segurança, sendo substituídas por israelenses, que se mudaram para suas casas. Esse tratamento já foi visto em outras localidades como Silwan, Beit Hanina e Cidade Velha, onde muitas pessoas têm medo de demolições e despejos.

Grandi disse que se encontrou com representantes das famílias “afetadas pelo que foi – e continua a ser – um exemplo de grave violação dos direitos fundamentais, que ocorre frequentemente no território palestino ocupado”. Os representantes falaram sobre o desastre emocional e o dano praticamente irreversível às suas vidas causado pelos despejos. O representante do UNRWA expressou a solidariedade da agência para a luta das famílias e se comprometeu a ajudar a solucionar o problema.

Ele ainda repetiu seu pedido a Israel para defender, proteger e promover os direitos e a liberdade dos palestinos, de acordo com as obrigações do país com as leis internacionais. Também frisou as responsabilidades da comunidade internacional para assegurar que Israel cumpra suas obrigações.

O UNRWA já forneceu ajuda emergencial, incluindo assistência financeira, a essas famílias num programa capitalizado pelo Departamento de Ajuda Humanitária da Comunidade Europeia (ECHO). A agência também ajudou famílias de Sheikh Jarrah. Grandi acrescentou que o UNRWA vai continuar a apoiar essas pessoas desalojadas e “a advogar por sua proteção sob as leis internacionais”.