Arquivo da tag: Oriente Médio

ACNUDH alerta para violações dos direitos humanos no Oriente Médio

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) demonstrou preocupação nesta sexta-feira (11/03) em relação à situação no Barein, no Iêmen e na Arábia Saudita, países aonde vêm ocorrendo protestos contra líderes ou regimes que estão há muitos anos no poder.

De acordo com o porta-voz do ACNUDH, Rupert Colville, o Escritório recebeu denúncias de que estão sendo veiculadas mensagens na Internet pedindo a morte de três defensores dos direitos humanos no Barein. Colville relatou que as mensagens descrevem os defensores como “traidores” e “líderes da rebelião”. Ele disse que o ACNUDH está “extremamente preocupado com estas ameaças” e pediu às autoridades que garantam a proteção destas três pessoas.

Em relação ao Iêmen, o ACNUDH demonstrou preocupação com alegações de que forças de segurança do Governo estão usando a violência para reprimir manifestantes e opositores. “Pedimos ao Governo que contenha tais atos e que investigue as acusações de execuções e violações dos direitos humanos pelas forças de segurança”, declarou Colville. Ao menos 37 manifestantes e seis agentes de segurança foram mortos desde o início dos protestos.

O ACNUDH falou também sobre a situação tensa na Arábia Saudita, após o relato de que disparos foram feitos contra manifestantes no leste do país, além de terem sido realizadas uma série de prisões. “Como em outras situações no Oriente Médio, pedimos moderação por parte das autoridades e dos manifestantes”, disse o porta-voz. Ele lembrou ainda que as pessoas devem poder exercer seus direitos reconhecidos internacionalmente em relação à liberdade de reunião e de expressão.

Pillay: Violência no Oriente Médio e Norte da África é “alarmante”

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, condenou nesta sexta-feira (18/02) a violência usada pelas forças de segurança contra manifestantes em países do Oriente Médio e do Norte da África, considerando ser “alarmante” a violação dos direitos humanos contra os participantes de manifestações pacíficas.

Pillay expressou profundo pesar pelas mortes ocorridas na Argélia, Barein, Irã, Líbia, Iêmen e Iraque nas últimas semanas, e disse estar especialmente preocupada com os ataques das forças de segurança a determinados profissionais como jornalistas, advogados, defensores dos direitos humanos e até mesmo, no caso de Barein, médicos e equipes que atendem os manifestantes feridos.

Além das mortes dos manifestantes, Pillay também citou relatos de prisões e detenções arbitrárias, seguidas por tortura, desaparecimentos, proibição de manifestações e condenou a supressão da liberdade de expressão – como a proibição, o fechamento e a imposição de restrições aos meios de comunicação e ao acesso à Internet.

Navi Pillay: políticas no Oriente Médio não respeitam os direitos humanos

Em uma coletiva de imprensa durante sua visita a Israel e aos territórios ocupados da Palestina, a Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, disse nesta sexta-feira (11/02) que os direitos humanos e o direito internacional humanitário são constantemente ignorados na região. “Os direitos humanos e o direito internacional humanitário não são negociáveis. Nenhum indivíduo ou Estado que violar estas leis pode se considerar isento”.

A Alta Comissária condenou a impunidade de oficiais e membros das forças de segurança e militar na região, afirmando que a não-responsabilização dos autores das violações leva a maiores abusos contra e entre civis, estimulando a raiva e o ressentimento entre as partes, e impedindo o estabelecimento da paz.

Em relação à Gaza, Pillay pediu a suspensão do bloqueio imposto por Israel na região em 2007, quanto o Hamas havia tomado o poder da área. Ela instou os militantes em Gaza que parem imediatamente com o lançamento de foguetes.
Ainda em Gaza, a Alta Comissária fez um novo o apelo para que o Hamas liberte o jornalista israelense, Gilad Shalit, mantido preso pelo grupo há mais de quatro anos.

Pillay observou que as atividades de assentamento israelenses em territórios ocupados da Palestina infringem o direito internacional e pediu o fim do estabelecimento e da manutenção destes assentamentos, principalmente em Jerusalém Oriental, bem como o fim das ações para forçar palestinos a deixarem a área, algo que a Alta Comissário chamou de “claras provocações às resoluções do Conselho de Segurança”.

“Israelenses e palestinos tem igualmente direito à segurança e aos direitos humanos, nenhum dos quais pode ser alcançado à custa do outro. Estou encorajada pelo fato de que, durante essa visita, todos os meus interlocutores levaram os direitos humanos a sério, e demonstraram preparação para se comprometerem com as questões debatidas”, declarou a Alta Comissária, que teve encontros com o Presidente israelense, Shimon Perez, e com o Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, além de vítimas da violência e defensores dos direitos humanos.

Chefe político da ONU adverte Conselho de Segurança sobre aumento das tensões no Oriente Médio

Subsecretário-Geral para Assuntos Políticos, B. Lynn Pascoe O chefe de assuntos políticos das Nações Unidas advertiu nesta quarta-feira (19) o Conselho de Segurança sobre a evolução das negociações entre israelenses e palestinos, sobre o território ocupado da Palestina e sobre o Líbano, região na qual têm aumentado as tensões nos últimos tempos.

“Neste ano que começa, espero progressos no processo de paz no Oriente Médio. Vários desafios se colocam”, disse o Subsecretário-geral para Assuntos Políticos, B. Lynn Pascoe, em um debate aberto do Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio. “Continuaremos a fazer todo o possível para promover o diálogo e preservar a estabilidade e a segurança da região como um todo”.

Em conversas entre israelenses e palestinos, Pascoe manifestou o seu apreço e apoio aos esforços dos EUA para participar de conversas paralelas com as partes e sua intenção de ser um participante pró-ativo, oferecendo ideias e propostas de transição, quando apropriado.

No entanto, ele manifestou preocupação com as datas-limite apontadas pelo Quarteto do Oriente Médio – um grupo formado por ONU, União Europeia, Rússia e EUA, que defende o plano internacionalmente reconhecido para a criação de dois estados – para chegar a um acordo-quadro entre israelenses e palestinos e para a conclusão do programa da Autoridade Palestina para a construção do Estado de dois anos.

Os membros do Quarteto se reunirão em Munique, na Alemanha, no dia 05 de fevereiro para tentar fazer avançar as negociações entre israelenses e palestinos. “Esforços para levar israelenses e palestinos a se comprometer seriamente sobre questões do estatuto final vai estar no topo da agenda quando o Quarteto se reunir”, disse o chefe de assuntos políticos, observando que o prazo para alcançar o acordo-quadro entre israelenses e palestinos termina em cerca de nove meses.

“Nesse sentido, a viabilidade do processo político e da credibilidade do Quarteto também estão em jogo este ano”, disse Pasco. “Estamos seriamente preocupados com a contínua falta de progressos na busca de uma solução negociada. Paz e um Estado Palestino não podem continuar a ser adiadas”.

Observando o aumento contínuo e acentuado na atividade de construção de assentamentos por parte de Israel, Pascoe disse ainda a expansão dos assentamentos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, continua a minar a confiança e prejudica o debate sobre o estatuto final.

Ele citou as recentes declarações do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, lamentando a demolição de um hotel no coração de um bairro palestino em Jerusalém Oriental e reiterou o apelo do Secretário-Geral para que Israel congele toda a atividade relativa ao tema, em conformidade com o direito internacional e o chamado “Mapa do Caminho” [Roadmap], um caminho para uma solução definitiva para o conflito, elaborado pelo Quarteto.

“Preocupação extrema” com Gaza

Quanto a Gaza, Pascoe manifestou extrema preocupação com a situação no mês passado, incluindo um aumento das tensões. Ele disse que a violência recente envolvendo militantes palestinos, que dispararam 31 foguetes e 47 morteiros em Israel – aproximadamente quatro vezes mais do que o período anterior –, e Israel, que realizou 11 incursões e 26 ataques aéreos na Faixa de Gaza.

“Condenamos o lançamento indiscriminado de projéteis para áreas civis israelenses por militantes palestinos”, disse Pascoe disse aos membros do Conselho. “Nós igualmente salientamos que todas as partes devem abster-se de ações contrárias ao Direito Internacional Humanitário que atingem ou põem em perigo os civis”.

Observando que as autoridades de fato do Hamas em Gaza declararam recentemente publicamente seu compromisso de manter a calma, Pascoe acrescentou que todas as partes responsáveis devem cessar os atos de violência, pois “um novo surto de maiores hostilidades seria devastador e deve ser evitado”.

O chefe de assuntos políticos da ONU disse ao Conselho que um objetivo fundamental das Nações Unidas continua a ser a revitalização da economia de Gaza e a busca pelo fim da política de bloqueio de Israel. Ele acrescentou que os níveis de importação e exportação melhoraram desde o período antes do ajuste da política de Israel, de junho de 2010, mas é ainda significativamente inferior aos níveis anteriores a 2007.

Líbano e Síria

Sobre os acontecimentos recentes no Líbano, onde pontos de vista divergentes sobre o Tribunal Especial para o Líbano recentemente precipitaram o colapso do governo, Pascoe lembrou sobre os pedidos do Secretário-Geral para a continuação do diálogo e do respeito para a constituição e as leis no Líbano.

“Deixe-me comentar aqui que é essencial para todos os líderes libaneses que continuem a abordar a atual situação política através do diálogo, dentro dos parâmetros estabelecidos pela Constituição do Líbano”, disse Pascoe, enquanto apontava para o impacto dos acontecimentos na região.

“Preservando a estabilidade do Líbano e assegurando um fim à impunidade é essencial, é um direito que os libaneses têm”, disse o chefe de assuntos políticos. “Mas também é fundamental para a região como um todo, que precisa, mais do que qualquer outra coisa, de todos os elementos que possam conduzir o progresso de uma paz abrangente”.

Sobre as relações entre Israel e a Síria, Pascoe lamentou a falta de progresso no esforço para promover a paz entre os dois países, apesar de continuar os contatos por meios diplomáticos, e observou que a resolução do conflito entre os dois países é fundamental para a estabilidade da região.

Secretário-Geral da ONU saúda decisão israelense de retirar tropas do norte de Ghajar

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a decisão do governo de Israel de retirar as tropas das Forças Israelenses de Defesa (IDF) do norte de Ghajar, uma vila que se situa no meio da chamada Linha Azul, limite que separa Israel e Líbano.

Em declaração ontem (17), Ban disse que a retirada do exército da região pode ser “um importante passo” para a completa implementação da resolução 1701 do Conselho de Segurança, que pôs fim ao conflito ocorrido em 2006, entre Israel e o grupo libanês Hezbollah. A determinação também pede o respeito à Linha Azul, o desarmamento de todas as milícias que operam no Líbano e o fim do contrabando de armas na região.

“As Nações Unidas pretendem continuar a trabalhar em estreita colaboração com todos os envolvidos, num processo para resolver a condição permanente de Ghajar”, afirmou o Secretário-Geral. Ban também elogiou todos os lados por seu compromisso constante com a resolução 1701 e sublinhou a determinação dos Estados para fazer avançar sua plena implementação.

A Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL) tem a função de monitorar a Linha Azul e reportar quaisquer violações dos países.