A Secretária Executiva da Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Christiana Figueres, pediu aos governos para transformar rapidamente os acordos alcançados na cidade mexicana de Cancun no ano passado em ações efetivas e clarificar o futuro do Protocolo de Kyoto sobre as emissões de gases de efeito estufa. “Os governos agora devem aplicar o que foi concordado em Cancun e levar adiante o próximo grande passo em relação ao clima, este ano, em Durban,” disse a repórteres em Tóquio.
Figueres está no Japão para se reunir com funcionários do governo, empresas japonesas e demais representantes da sociedade civil, bem como participar de negociações informais na quinta-feira, organizadas conjuntamente pelos governos do Japão e do Brasil.
Os acordos alcançados em Cancun, na 16 ª Conferência dos Membros da UNFCCC, em dezembro do ano passado, incluem a formalização de promessas de atenuação das mudanças climáticas e a garantia de uma maior responsabilização para elas, bem como a implementação de medidas concretas para o combate ao desmatamento, que responde por quase um quinto das emissões globais de carbono.
Figueres descreveu o resultado da reunião de Cancun como um passo sólido para o reforço da ação climática global, abrangendo as bases do maior esforço coletivo que o mundo já viu para a redução da emissões de gases de efeito estufa. Disse, ainda, que os acordos de Cancun formaram o mais abrangente pacote de decisões jamais adotado pelos governos para ajudar países em desenvolvimento a lidar com as mudanças climáticas, além do prazo global para manter a temperatura mundial média abaixo de dois graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais. Acrescentou, no entanto, que, de acordo com a comunidade científica, as emissões precisam atingir o pico em 2015 para evitar o descumprimento da meta.
Com relação à próxima rodada de negociações no âmbito da UNFCCC – a ser realizada em Durban (África do Sul) ainda este ano – Figueres disse que os governos precisam concordar quanto a uma maneira de cortar as emissões globais cerca de duas vezes mais rápido do que já prometeram, bem como darem certeza de que cumprirão as promessas. “É preciso ter em mente que o Protocolo de Kyoto continua sendo o único modelo de trabalho vinculativo internacional para reduzir as emissões, e as nações têm a tarefa urgente de decidir como levar adiante os benefícios do protocolo: transparência, segurança, conformidade ao lidar com as metas nacionais de emissão e as diferentes responsabilidades que têm em comum.”