11 mil refugiados deixam a Síria em apenas 24 horas; ONU alerta para a falta de recursos

Refugiados sírios buscam segurança em países vizinhos. (ACNUR/ S.Malkawi)

Na última semana, um número recorde de sírios cruzou a fronteira com a Turquia, Líbano e Jordânia num período de 24 horas, entre quinta (8) e sexta-feira (9). A maioria dos refugiados (9 mil) entrou na província de turca de Urfa durante a noite. Outros 2 mil sírios foram registrados e atendidos pelo ACNUR na Jordânia e no Líbano.

Na Turquia, muitos foram levados para campos do governo em Ceylanpinar e Akcakale, outros foram abrigados por familiares. Algumas pessoas decidiram voltar à Síria quando o barulho da artilharia diminuiu. Cerca de 70 feridos receberam tratamento médico, dois deles não sobreviveram. O total de sírios refugiados nos 14 campos do governo turco está agora próximo a 122 mil.

As últimas notícias coincidiram com o 6º Fórum Humanitário da Síria, em Genebra, que reuniu agências da ONU, organizações não governamentais e países doadores.

O Coordenador Regional do ACNUR para os Refugiados Sírios, Panos Moumtzis, disse aos participantes que o fundo para as operações atingiu um nível preocupante, com apenas 35% dos US$ 487,9 milhões necessários.

Além de dizer aos doadores que o “inverno não espera”, ele detalhou o plano de atendimento aos refugiados durante a estação, elaborado pelo ACNUR, juntamente com 52 agências da ONU e ONGs parceiras.

Com os recém chegados, o total refugiados sírios nos países da região subiu para 408 mil. No entanto, o Coordenador Regional do ACNUR disse que este número pode ser bem maior.

Durante o encontro, o Coordenador Humanitário da ONU, Radhouane Nouicer, falou sobre os desafios enfrentados pela ONU e ONGs na tentativa de ajudar um país assolado pela violência e pela insegurança.

“Pessoas comuns são cercadas e presas, e as agências têm dificuldade de chegar até elas”, disse Radhouane Nouicer aos doadores, acrescentando que “o povo sírio é, provavelmente, quem mais pode ajudar abrindo seus lares.”

Nouicer observou ainda que, dos 2,5 milhões de sírios que precisam de assistência, pelo menos 1,2 milhão estão deslocados dentro de seu próprio país.