Após furacão Sandy, ONU e governo haitiano querem 40 milhões de dólares para ajuda humanitária

Haitianos recebem  alimentos após a passagem do furacão Sandy

A Organização das Nações Unidas e o governo do Haiti querem cerca de 40 milhões de dólares para financiamento extra em razão das necessidades humanitárias no país caribenho, por conta da devastação causada pelo furacão Sandy. “Um adicional de 39,9 milhões de dólares são necessários para enfrentar a insegurança alimentar crescente, e fornecer abrigo, serviços de saúde e água potável para mais de um milhão de pessoas”, afirmou o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O OCHA acrescentou que a quantia será adicionada aos 110 milhões de dólares solicitados para o país antes da catástrofe. As novas quantias elevam para 151 milhões de dólares o montante para a nação no próximo ano, segundo a Revisão de Emergência do Apelo Consolidado no Haiti: Necessidades Decorrentes do Impacto do Furacão Sandy, documento divulgado ontem (12) em Genebra.

O furacão Sandy começou como uma tempestade tropical no final de outubro no Oceano Atlântico. Sandy causou mortes e destruições na Costa Leste dos Estados Unidos e no Caribe, onde cinco milhões de pessoas foram afetadas e 72 morreram. No Haiti, centenas de milhares foram atingidas, 2.300 pessoas ficaram desabrigadas e 54 morreram. Além disso, 27.701 casas foram danificadas e 61 centros de tratamento de cólera foram destruídos. O Haiti ainda se recuperava do terremoto de 2010, que deixou milhões desalojados, da tempestade tropical Isaac em agosto, de uma seca prolongada em partes do país e, o mais recente, na sexta-feira (9), quando chuvas fortes na cidade de Cap Haitien, no norte, mataram 10 pessoas e desalojaram milhares de outras.

“Este é um grande golpe para os esforços de reconstrução do Haiti, tornando a vida dos seus habitantes mais vulnerável e ainda mais precária”, disse o Coordenador Humanitário no Haiti, Nigel Fisher, que também atua como Vice-Representante Especial do Secretário-Geral,Ban Ki-moon, no país caribenho. “Enquanto isso, a capacidade dos parceiros internacionais para reagir foi reduzida pela diminuição do apoio dos doadores”, completou Fisher. Segundo o governo local, o país perdeu um terço de sua produção agrícola anual em razão dos desastres ocorridos. O Programa Mundial de Alimentos (PMA)  alertou que 1,5 milhão de haitianos poderão continuar sob o risco de insegurança alimentar em 2013, se  não receberem assistência adequada para se recuperar da série de catástrofes.

“No momento, uma das nossas maiores preocupações é nas áreas que ainda estão isoladas depois do furacão Sandy, onde as mulheres e  crianças enfrentam má nutrição”, disse a diretora do PMA no Haiti, Myrta Kaulard. A agência distribuiu alimentos para cerca de 14 mil pessoas durante a primeira semana após o furacão Sandy. Em um comunicado à imprensa, acrescentou que vai continuar a ajudar as 20 mil  famílias mais afetadas, com quase 800 toneladas de alimentos durante o mês de novembro.