Acesso universal aos serviços de saúde reprodutiva – Mensagem do UNFPA

Mensagem do Diretor Executivo do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), Dr. Babatunde Osotimehin.

Dar a luz é geralmente o momento mais importante da vida de uma mulher. No entanto, esse mesmo acontecimento é responsável por tirar a vida de muitas mulheres em todo o mundo. Todos os dias, cerca de 800 mulheres morrem na gravidez ou no parto por complicações que podiam ser evitadas. E para cada mulher que morre, cerca de outras 20 sofrem lesões debilitantes durante o parto, como a fístula obstétrica. Nós já temos um consenso internacional sobre como lidar com isso. Tudo que precisamos agora são recursos e uma ação rápida e sustentável.

Trabalhar pela sobrevivência e pelo bem-estar de mulheres adultas e jovens é um imperativo de direitos humanos. E para aproveitar o potencial pleno das mulheres no desenvolvimento de suas nações, elas precisam ser capazes de planejar suas vidas e famílias. É por essa razão que a comunidade internacional está determinada a tornar o acesso universal à saúde reprodutiva uma prioridade.

Hoje, ao comemorar o Dia Mundial da População, é hora de renovar nosso compromisso com o acesso universal aos serviços de saúde reprodutiva, especialmente o planejamento familiar voluntário. Este compromisso é tão relevante hoje em dia como era no momento em que foi assumido pelos líderes mundiais, em 1994, durante a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento do Cairo.

O planejamento familiar é um direito humano básico. No entanto ele permanece sem sentido, a menos que indivíduos e casais tenham acesso a contraceptivos, informações e serviços que lhes permitam exercer esse direito.

Nós temos que atender às necessidades de 222 milhões de mulheres que querem adiar ou evitar a gravidez, mas que não têm acesso a contraceptivos modernos. Isso ajudaria a prevenir 21 milhões de gravidezes não desejadas, 79 mil mortes maternas e 1,1 milhão de mortes infantis.

Nós também temos que atender às necessidades da população jovem – especialmente de mulheres adolescentes. Hoje, a gravidez e as complicações relacionadas ao parto são as maiores causas de morte entre garotas entre 10 e 19 anos na maioria dos países em desenvolvimento, enquanto as maiores taxas de infecções sexualmente transmissíveis estão entre a população jovem de 15 a 24 anos. As necessidades e os direitos humanos dessa população jovem precisam ser urgentemente atendidos.

Neste Dia Mundial da População, o UNFPA reafirma o compromisso em trabalhar com todos os seus parceiros para assegurar que o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva, especialmente o planejamento familiar voluntário, seja reconhecido como um elemento-chave para a nova agenda internacional de desenvolvimento após 2015, e de todos os planos e políticas de desenvolvimento e de redução da pobreza.

Só então os países estarão aptos a reduzir a pobreza e a desigualdade social e econômica, melhorar o bem-estar de suas populações e proteger a saúde e os direitos das mulheres, homens e pessoas jovens.