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Universitários debatem etnia, gênero e raça em curso da ONU

Começa hoje o IV Curso A ONU e as Questões Internacionais Contemporâneas, que este ano tem como tema Etnia, Gênero e Raça, em função do Ano Internacional de Afrodescentes. Promovido no Palácio do Itamaraty pelo Centro de Informação das Nações Unidas (UNIC Rio) e pelo Laboratório de Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o evento terá a participação de 50 alunos de graduação e pós-graduação de diversas regiões do Brasil, selecionados pela universidade.

Ao longo de duas semanas, serão debatidos a estrutura e o funcionamento da ONU, abrangendo a extensão de seu mandato e o de suas agências nas questões das minorias.

Entre os palestrantes estão o Diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Giancarlo Summa, o Diretor para o Brasil, Argentina e Paraguai do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Harold Robinson e o Diretor do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), Pedro Chequer, além de acadêmicos e representantes de organizações não-governamentais, como Eliane Potiguara (Rede de Escritores Indígenas na Internet) e Gabriela Leite (Davida).

Dia Mundial de Combate à Desertifição e à Seca – 17 de junho de 2011

Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon

As pessoas que vivem em terras áridas, que ocupam mais de 40% da área de nosso planeta, estão entre as mais pobres do mundo e mais vulneráveis à fome. Frequentemente, elas dependem da terra que está degradada e onde a produtividade foi reduzida a níveis inferiores aos de subsistência. Nos esforços do mundo para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, os desafios enfrentados por estes “bilhões de esquecidos” – homens, mulheres e crianças – merecem atenção especial.

A observância desse ano do Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca acontece durante o Ano Internacional das Florestas 2011, declarado pela Assembleia Geral das Nações Unidas para educar a comunidade global sobre o valor das florestas e sobre os custos sociais, econômicos e ambientais de perdê-las. Este esforço é particularmente relevante para terras áridas, onde florestas secas e cerrados constituem a espinha dorsal de ecossistemas áridos.

Quarenta e dois por cento das florestas tropicais e subtropicais da Terra são secas. O gerenciamento insustentável da terra e a agricultura são causas significantes de seu esgotamento – e da degradação da terra e da desertificação subsequentes. Lamentavelmente, só depois que estes ecossistemas estão comprometidos é que muitas comunidades ou autoridades despertam para a importância das florestas secas para o bem estar social e para a prosperidade.

O gerenciamento, a conservação e o desenvolvimento sustentável das florestas secas são centrais para combater a desertificação. O atual “esverdeamento” do Sahel e outras histórias de sucesso em todo o mundo mostram que as terras degradadas podem ser recuperadas por sistemas agroflorestais e outras práticas sustentáveis. Nós devemos aumentar essas intervenções e disseminar seus resultados amplamente.

Precisamos também recompensar aqueles que tornam as terras áridas produtivas, para que eles possam prosperar e para que outros queiram seguir seus exemplos. Recursos atualmente em desenvolvimento sob a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – como o REDD+ e o “Fundo Verde” – podem seguir um longo caminho na direção da melhoria da resiliência das populações das terras áridas, que continuam sendo as primeiras e mais gravemente afetadas pelas mudanças climáticas. Frequentemente, investir em terras áridas tem sido visto como uma atividade improdutiva ou de risco, ao invés de vias necessárias para melhorar o bem estar das comunidades locais e as economias nacionais. Nosso desafio é mudar a percepção do mercado para que as terras áridas deixem de ser desertos de investimento.

Em setembro, a Assembleia Geral vai realizar um Encontro de Alto Nível sobre a Desertificação, Degradação da Terra e Seca na véspera da 66ª sessão da Assembleia Geral. No próximo ano, líderes mundiais estarão presentes na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20. Eu peço aos governantes e seus parceiros que usem estes eventos para dar um foco maior à busca por soluções para estes desafios urgentes do desenvolvimento sustentável.

Dia Mundial dos Oceanos – 08 de junho de 2011

Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon

O Dia Mundial dos Oceanos é uma oportunidade de fazer uma reflexão sobre a importância dos oceanos para o desenvolvimento sustentável da humanidade. É também um momento para reconhecer os graves desafios relacionados aos oceanos. Eles vão desde o esgotamento dos recursos da pesca, os impactos das mudanças climáticas e a degradação do ambiente marinho até a segurança e a proteção marítima, as condições de trabalho dos marinheiros e o aumento da importância da questão da imigração pelos mares.

Algumas destas preocupações surgiram desde a adoção da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. O desenvolvimento progressivo do direito do mar, através da Convenção e de instrumentos relacionados, tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável dos mares e oceanos, bem como o fortalecimento da paz e da segurança internacional, a utilização equitativa e eficiente dos recursos dos oceanos, a proteção e preservação do ambiente marinho e a realização de uma ordem econômica justa e igualitária. Assim, o direito dos mares oferece um quadro flexível e envolvente para a adaptação aos novos desafios.

As funções dos ecossistemas que os oceanos oferecem e sua importância para a economia global merecem uma atenção particular à medida que olhamos para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no próximo ano. Por esta razão, o tema do Dia este ano é “Nossos oceanos: tornando nosso futuro mais verde”.

Todas as atividades e políticas relacionadas aos oceanos e ao ambiente marinho devem reconhecer e incorporar os três pilares do desenvolvimento sustentável: ambiental, social e econômico. Só assim poderemos alcançar os objetivos de desenvolvimento estabelecidos pela comunidade internacional. Neste Dia Mundial dos Oceanos, peço aos governos e a todos os setores da sociedade que abracem nossa responsabilidade individual e coletiva de proteger nosso ambiente marinho e administrar seus recursos de maneira sustentável para as atuais e futuras gerações.

Dia Mundial das Telecomunicações e Dia Mundial da Sociedade da Informação – 17 de maio de 2011

Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon

Tecnologias da informação e comunicação estão transformando o panorama global. Elas fortalecem a economia mundial e se tornaram as grandes facilitadoras da sociedade moderna, ajudando as pessoas a se comunicarem através de longas distâncias e com diferentes culturas, facilitando o comércio, e fornecendo acesso aos recursos essenciais como cuidados da saúde e educação.

Eventos recentes em todo o mundo, especialmente no Norte da África e no Oriente Médio, também têm ressaltado o papel catalisador que os telefones celulares e as mídias sociais podem desempenhar em mobilizar a opinião pública contra a repressão. E na sequência das catástrofes naturais que vem ocorrendo com maior força e frequência, temos visto como estas tecnologias são uma parte vital da resposta de ajuda, estabelecendo linhas de comunicação que podem salvar vidas, reunir famílias e ajudar as equipes de emergência a alcançar as pessoas necessitadas.

O tema da celebração este ano, “Melhores condições de vida nas comunidades rurais com as TIC” ressalta a necessidade de explorar todo o potencial das TICs para beneficiar as populações rurais do mundo. Setenta por cento dos 1,4 bilhão de pessoas mais pobres do mundo vive em áreas rurais. Suas vidas podem ser transformadas à medida que conectamos escolas dos povoados à informação e ao conhecimento na Internet, levamos tele-medicina a centros de saúde pública rurais, fornecemos informação do tempo precisa a fazendeiros e pescadores e oferecermos informações atualizadas sobre o mercado para produtores.

A União Internacional de Telecomunicação e seus parceiros continuam se esforçando para conectar o mundo. Parabenizo estes esforços, especialmente aqueles para levar banda larga para todas as comunidades. Telecomunicações de banda larga farão o possível para levar conteúdo aos distritos rurais mais remotos.

À medida que superamos a exclusão digital, reduzimos o abismo que separa aqueles com e sem acesso à informação e ao conhecimento, e desse modo expandimos as oportunidades para uma vida melhor. Maior acesso significa alcance mais rápido dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Significa menos pobreza e fome, e mais sustentabilidade ambiental. E se traduz em melhor qualidade de vida e fortalecimento das mulheres e dos desprivilegiados.

Neste Dia Mundial das Telecomunicações e Dia Mundial da Sociedade da Informação, deixe-nos conectar comunidades rurais e o mundo inteiro à revolução digital como uma forma de alcançar nossos objetivos de desenvolvimento e promover a paz e a prosperidades para todos.

Mensagem da ONU sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa – 3 de maio de 2011

Mensagem conjunta do Secretário-Geral da ONU, da Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos e da Diretora-Geral da UNESCO por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio de 2011

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa nasceu vinte anos atrás na mente de um grupo de jornalistas reunidos em Windhoek, Namíbia. A Declaração de Windhoek foi um chamado à luta pela proteção dos princípios fundamentais da liberdade de expressão, consagrados no Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O mundo inteiro ouviu os sinos dobrarem pela mudança.

Vinte anos depois, o panorama da mídia mudou a ponto de se tornar irreconhecível, mas nosso objetivo continua o mesmo: promover a liberdade de expressão como fundamento da dignidade humana e a pedra fundamental da democracia.

Hoje enfrentamos um grande paradoxo. Graças às novas tecnologias e aos novos meios de comunicação, desfrutamos de oportunidades de expressão sem precedentes. Cada vez mais pessoas podem compartilhar informações e trocar opiniões tanto dentro dos países como além das fronteiras nacionais. Esta é uma verdadeira bênção para a criatividade, para sociedades saudáveis e para incluir a todos em novas formas de diálogo.

Ao mesmo tempo, surgem novas ameaças. Em um contexto marcado por rápidas mudanças, essas ameaças se combinam a formas clássicas de restrição e impõem enormes obstáculos à liberdade de expressão. A cada dia surgem novas medidas para bloquear, filtrar e censurar a informação. Os desafios assumem diferentes características, mas sempre ocultam uma mesma face: a violação de um direito humano fundamental.

As Nações Unidas dedicam seus esforços para garantir que a Internet se torne realmente um recurso público global, ao qual todos tenham acesso e onde todas as vozes sejam ouvidas. Esse fato destaca a importância da qualidade do conteúdo e exige medidas para defender a integridade e a segurança dos jornalistas digitais. Todos os princípios da liberdade de expressão devem ser levados ao mundo on-line.

E eles devem ser protegidos. Na última década, mais de 500 jornalistas perderam suas vidas no exercício de sua profissão. Somente em 2010, 60 assassinatos foram relatados em todo o mundo. Toda semana há mais relatos de jornalistas e blogueiros que são objeto de intimidação e violência.

As violações dos direitos humanos fundamentais não podem ficar sem resposta. As autoridades dos Estados não devem poupar esforços para combater a impunidade e proteger a segurança dos jornalistas. Jamais esqueceremos a coragem dos jornalistas que pagaram com sua vida o nosso direito a saber.

A revolução da mídia tem desencadeado novos debates sobre a liberdade de expressão, sobre a natureza da regulação, sobre o equilíbrio entre expressão e responsabilidade. Não devemos recear explorar todos os ângulos dessas questões. Nós todos devemos nos mostrar à altura das circunstâncias e assumir a responsabilidade pela mudança.

Passados vinte anos desde a Declaração de Windhoek, os eventos mostram a cada dia que promover a liberdade de expressão continua a ser tão importante quanto antes. Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa de 2011, exortamos todos os governos a unir esforços com as Nações Unidas para garantir e promover a liberdade de expressão na mídia escrita, nas transmissões por ondas e on-line.

Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas

Navi Pillay, Alta Comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos

Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO