Ban elogia Obama por retirar restrições de entrada aos portadores de HIV nos EUA

Quase 60 países mantêm restrições a viajantes infectados pelo vírus

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez um discurso elogiando o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela retirada das restrições impostas aos portadores do vírus HIV que ingressam no país.

As dificuldades sofridas pelos viajantes infectados são parte de uma política restritiva adotada em 1987 pelos EUA, e é comum em quase 60 países. Com o anúncio da queda dessas barreiras, é inaugurada uma nova política em torno da doença nos EUA, e espera-se que haja repercussão no resto do mundo a ponto de levar países na mesma direção.

Ban se mostrou entusiasmado com a iniciativa americana, e fez um pedido aos outros países que ainda impõem restrições aos soropositivos, “Eu insisto, os países que ainda mantêm algum tipo de restrição devem retirá-las”, disse.

Ao assinar sua participação na Ação de Extensão do Tratamento de HIV/Aids Ryan White de 2009 (Ryan White HIV/Aids Treatment Extension Act of 2009), programa que providencia desde 1990 tratamento e serviços de suporte a pessoas que vivem com o HIV, Obama deu um passo a frente no combate ao preconceito contra o vírus.

O nome Ryan White, dado à Ação, foi adotado em homenagem a um garoto adolescente que ficou conhecido nacionalmente nos EUA por combater o preconceito e o ostracismo em relação à doença, após contrair o vírus em uma transfusão de sangue contaminado. O menino morreu em 1990.

Em agosto, na última Conferência Global de Aids, Ban afirmou que “todos devíamos nos sentir envergonhados” por ainda existirem restrições a viajantes portadores da doença. O Diretor Executivo do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids (UNAIDS), Michel Sidibé, também elogiou a medida do presidente americano, e disse que este tipo de restrição “além de não ter fundamento como medida de segurança à saúde, fere os direitos humanos”.