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ONU condena intenção de igreja americana de queimar exemplares do Corão

Representante Especial do Secretário-Geral para o Afeganistão, Staffan de MisturaO Representante Especial do Secretário-Geral para o Afeganistão, Staffan de Mistura, expressou sua indignação com a ameaça de um grupo religioso nos Estados Unidos de queimar exemplares do Corão, advertindo que este ato pode colocar em perigo a vida das pessoas que trabalham para a paz e o desenvolvimento no país asiático.

“Se tal ato for realizado, pode contribuir para alimentar os argumentos daqueles que são de fato contra a paz e a reconciliação no Afeganistão”, disse de Mistura, falando em nome da ONU e da comunidade internacional presente no país. “A queima dos livros também poderá colocar em risco os esforços de muitos afegãos e estrangeiros que estão tentando ajudar o Afeganistão a encontrar seu próprio caminho para a paz e a estabilidade dentro de sua própria cultura, tradições e, de fato, religião”, acrescentou.

De Mistura, que chefia a Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA), afirmou que o exercício da liberdade de expressão não deve ser confundido com a intenção de ofender a religião e as crenças de milhões de pessoas.

O Dove World Outreach Center, uma pequena igreja situada na Flórida (EUA), teria dito que vai continuar com sua intenção de queimar exemplares do Corão no aniversário do ataques terroristas 11 de setembro de 2001, apesar da condenação generalizada de seus planos.

ONU pede libertação de última criança-soldado remanescente em Guantánamo

Omar Khadr, cidadão canadense detido no Afeganistão em 2002, quando tinha 15 anos. Na foto cedida pela família ao Wikipédia, Khadr aos 14.A Representante Especial do Secretário-Geral para Crianças e Conflitos Armados, Radhika Coomaraswamy, reiterou esta semana o pedido de libertação imediata da última criança-soldado que continua detida na prisão de Guantánamo, expressando preocupação de que seu caso fosse levado a julgamento no âmbito de uma comissão militar nos Estados Unidos e de que ele fosse acusado de crimes de guerra.

Omar Khadr (na foto ao lado), um cidadão canadense, foi detido no Afeganistão em 2002, quando tinha 15 anos. Ele está sob custódia dos Estados Unidos nos últimos sete anos, tendo passado grande parte de seu tempo em confinamento solitário. A Representante Especial exortou os governos do Canadá e dos Estados Unidos a respeitarem o Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança e colocarem Khadr sob custódia canadense.

O Protocolo Opcional visa aumentar a proteção das crianças durante conflitos armados. Exige que todos os Estados-Parte “tomem todas as medidas possíveis para garantir que os membros de suas forças armadas com idade inferior a 18 anos não façam parte direta das hostilidades”. Lembra ainda às nações que crianças menores de 18 anos têm direito a proteção especial e, portanto, o recrutamento voluntário de pessoas com menos de 18 anos deve incluir garantias especiais.

Coomaraswamy estimulou esta semana o Canadá e os Estados Unidos a tratarem Khadr como uma criança-soldado e empreender esforços para reabilitá-lo. “Como as outras crianças abusadas por grupos armados ao redor do mundo, repatriados em suas comunidades de origem e reeducados para a reintegração, a Omar deve ser oferecida a mesma proteção. Julgar jovens por crimes de guerra em relação aos atos cometidos quando eram menores poderá criar um perigoso precedente internacional”, advertiu a Representante da ONU.

Ban elogia Obama por retirar restrições de entrada aos portadores de HIV nos EUA

Quase 60 países mantêm restrições a viajantes infectados pelo vírus

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez um discurso elogiando o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pela retirada das restrições impostas aos portadores do vírus HIV que ingressam no país.

As dificuldades sofridas pelos viajantes infectados são parte de uma política restritiva adotada em 1987 pelos EUA, e é comum em quase 60 países. Com o anúncio da queda dessas barreiras, é inaugurada uma nova política em torno da doença nos EUA, e espera-se que haja repercussão no resto do mundo a ponto de levar países na mesma direção.

Ban se mostrou entusiasmado com a iniciativa americana, e fez um pedido aos outros países que ainda impõem restrições aos soropositivos, “Eu insisto, os países que ainda mantêm algum tipo de restrição devem retirá-las”, disse.

Ao assinar sua participação na Ação de Extensão do Tratamento de HIV/Aids Ryan White de 2009 (Ryan White HIV/Aids Treatment Extension Act of 2009), programa que providencia desde 1990 tratamento e serviços de suporte a pessoas que vivem com o HIV, Obama deu um passo a frente no combate ao preconceito contra o vírus.

O nome Ryan White, dado à Ação, foi adotado em homenagem a um garoto adolescente que ficou conhecido nacionalmente nos EUA por combater o preconceito e o ostracismo em relação à doença, após contrair o vírus em uma transfusão de sangue contaminado. O menino morreu em 1990.

Em agosto, na última Conferência Global de Aids, Ban afirmou que “todos devíamos nos sentir envergonhados” por ainda existirem restrições a viajantes portadores da doença. O Diretor Executivo do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids (UNAIDS), Michel Sidibé, também elogiou a medida do presidente americano, e disse que este tipo de restrição “além de não ter fundamento como medida de segurança à saúde, fere os direitos humanos”.

Assembleia Geral pede novamente aos EUA suspensão do embargo contra Cuba

Povo cubano é o mais prejudicado pelo embargo norte-americano, segundo resolução da Assembleia Geral

A Assembleia Geral votou pelo 18º ano consecutivo pela condenação ao embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba desde metade do século passado e pediu para que ele seja suspenso. Os Estados-Membros votaram esmagadoramente pela adoção de uma resolução de caráter não vinculativo que afirme que o embargo vem tendo “efeitos adversos” sobre o povo cubano e sobre cidadãos cubanos que vivem em outros países.

O texto da resolução reitera convites anteriores para que os países “se abstenham de promulgar e aplicar leis e medidas” que não cumpram as suas obrigações de reafirmar a liberdade de comércio e navegação. Além disso, insta os Estados a revogar ou invalidar as leis, tão logo possível e pede ao Secretário-Geral Ban Ki-moon que prepare um relatório para a Assembléia Geral sobre a aplicação da resolução.

Houve 187 votos a favor da resolução, três votos contra (Estados Unidos, Israel e Palau) e duas abstenções (Estados Federados da Micronésia e as Ilhas Marshall).