Ban Ki-moon pede mais ajuda para combater epidemia de cólera no Haiti

criança participa de atividade de prevenção em Porto PríncipeO Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu à comunidade internacional ajuda imediata para combater a epidemia de cólera que vem devastando o Haiti, alertando que centenas de milhares de vidas continuam em risco. “Infelizmente, está claro que a epidemia continuará se alastrando”, disse o Secretário-Geral, durante um encontro da Assembleia Geral (03/12), observando que o número de afetados pode chegar a 650 mil nos próximos meses.

Um apelo das Nações Unidas, lançado há três semanas, recebeu somente 164 milhões de dólares, o que corresponde apenas a 20% do financiamento. Apesar disso, o Governo haitiano, agências da ONU e grupos humanitários procuram fornecer tratamentos e implantar medidas preventivas, como campanhas de informação para a população e construção de centros de tratamento. “Por mais admirável que seja, esse esforço coletivo não é suficiente”, alertou Ban ao fazer o alerta à comunidade internacional. “A vida de milhares de pessoas está em risco. Cabe a nós agir o mais rápido possível e disponibilizar todos os recursos”, completou. O apelo foi reforçado pelo Presidente da Assembleia Geral, Joseph Deiss, que pediu aos 192 Países-Membros que usem todo o poder que lhes cabe para ajudar a acabar com o sofrimento no Haiti.

Dentre as medidas mais urgentes citadas por Ban estão a construção de mais centros de tratamento para a doença, treinamento de médicos e funcionários e fornecimento de materiais básicos de higiene, já que o cólera pode ser transmitido pela água e por alimentos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estimam que 350 médicos, dois mil enfermeiros e 2.200 outros funcionários serão recrutados nos próximos três meses, além dos 300 membros da equipe médica já enviada por Cuba. O Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) informou que estão sendo distribuídos 21 milhões de purificadores de água juntamente com 1,7 milhão de barras de sabão, 900 mil kits de reidratação e 4,4 toneladas de cloro.

Ban falou também sobre a importância da conscientização da população. “É fundamental que a população haitiana seja informada sobre a doença e sobre como lidar com ela, entendendo que o cólera pode ser curado rapidamente se diagnosticado e tratado no início”. O Secretário-Geral reiterou o apelo para que atores políticos contenham os atos de violência que vem ocorrendo após a realização do primeiro turno das eleições presidenciais e legislativas no dia 28 de novembro, alegando que qualquer mal-estar social pode impedir que as vítimas do cólera recebam tratamento. “O Haiti precisa de um governo forte e legítimo para superar os enormes desafios. As eleições são um marco na longa e dura estrada que o país tem pela frente.”