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Declaração do Escritório da ONU para Direitos Humanos sobre a situação das prisões no Maranhão

Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos

A respeito das declarações atribuídas à ONU sobre a situação do sistema prisional brasileiro, em especial no Complexo Penitenciário de Pedrinhas (MA), o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) repassa, em português e inglês, a íntegra da nota do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) emitida após questionamentos da imprensa brasileira.

Para solicitar mais informações e/ou entrevistas, entre em contato diretamente com o ACNUDH em Genebra: +41 22 917 9310/9383/9434 | [email protected].

Versão em português:
“Ficamos perturbados ao tomar conhecimento das conclusões do recente relatório do Conselho Nacional de Justiça, revelando que 59 detentos foram mortos em 2013 no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, assim como com as últimas imagens de violência explícita entre os presos.

Lamentamos ter que, mais uma vez, expressar preocupação com o péssimo estado das prisões no Brasil e instamos as autoridades a tomarem medidas imediatas para restaurar a ordem na Penitenciária de Pedrinhas e outros centros de detenção em todo o país, bem como para reduzir a superlotação e oferecer condições dignas para as pessoas privadas de liberdade.

Pedimos também as autoridades brasileiras que realizem uma investigação imediata, imparcial e efetiva sobre os acontecimentos, que julguem as pessoas consideradas responsáveis e que tomem todas as medidas adequadas para urgentemente colocar em operação o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura promulgado no ano passado.”

Original em inglês:
“We are disturbed to learn about the findings of the recent report of the National Council of Justice revealing that fifty-nine inmates were killed in 2013 in the Pedrinhas Penitentiary Complex in Maranhão, as well as the latest images of graphic violence amongst inmates.

We regret having to, once again, express concern at the dire state of prisons in Brazil, and urge the authorities to take immediate action to restore order in Pedrinhas Prison and other prisons throughout the country, as well as to reduce overcrowding and provide dignified conditions for those deprived of liberty.

We further urge the Brazilian authorities to undertake a prompt, impartial and effective investigation into the events, and prosecute those found responsible, and to take all appropriate measures to urgently put into operation the National System to Prevent and Combat Torture enacted last year.”

Chefe de escritório regional da ONU para direitos humanos se reúne com sociedade civil no Brasil

Entidades denunciaram à ONU violações de direitos humanos no Brasil. Na imagem, manifestante é detido no Rio de Janeiro, em julho de 2013, com uso excessivo da força. Crédito da foto: Erick Dau
Entidades denunciaram à ONU violações de direitos humanos no Brasil. Na imagem, manifestante é detido no Rio de Janeiro, em julho de 2013, com uso excessivo da força. Crédito da foto: Erick Dau

O chefe do escritório regional da ONU para direitos humanos, Amerigo Incalcaterra, se reuniu nesta segunda-feira (21) no Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) com representantes da sociedade civil que acompanham as manifestações no Brasil e, em particular, no Rio de Janeiro.

Incalcaterra, que é o representante regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH), conversou durante toda a manhã com representantes de organizações brasileiras não governamentais e recebeu relatos sobre violações de direitos humanos observadas desde o início dos protestos, em junho deste ano.

Os relatos incluem denúncias de prisões arbitrárias; violência policial; uso desproporcional da força por parte de agentes do Estado; tratamento desumano, cruel e degradante, incluindo o uso de tortura, durante o processo de detenção; utilização de medidas ilegais para realização de prisões em massa; e o uso de arma letal contra manifestantes.

Reunião ocorreu na sede da ONU no Rio de Janeiro. Foto: UNIC Rio/Felipe Siston
Reunião ocorreu na sede da ONU no Rio de Janeiro. Foto: UNIC Rio/Felipe Siston

Os participantes do encontro também falaram sobre a conjuntura no país, incluindo os principais motivos que estariam levando milhares de pessoas às ruas para protestar.

Participaram da reunião representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Anistia Internacional, Justiça Global, Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), Centro de Assessoria Jurídica Popular Mariana Criola e Mecanismo de Prevenção à Tortura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).

Escritório Regional da ONU para Direitos Humanos saúda nomeação de integrantes da Comissão da Verdade no Brasil

ACNUDH América do SulO Representante Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Amerigo Incalcaterra, parabeniza o Estado brasileiro pela nomeação dos sete membros da Comissão Nacional da Verdade, que visa esclarecer as violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988 no país.

Os integrantes da Comissão da Verdade são Rosa Maria Cardoso da Cunha, José Paulo Cavalcante Filho, José Carlos Dias, Gilson Dipp, Claudio Fonteles, Maria Rita Kehl e Paulo Sérgio Pinheiro.

“A Comissão da Verdade é uma ferramenta fundamental no cumprimento da obrigação que tem o Estado de esclarecer todas as violações contra os direitos humanos, sem importar o tempo transcorrido desde os acontecimentos”, disse Incalcaterra. “As Comissões da Verdade são um mecanismo para ajudar os Estados na reconstrução de uma parte importante da história do país e para orientar os seus esforços na procura de verdade, de uma efetiva reconciliação nacional e para evitar que fatos dessa gravidade se repitam no futuro”.

Incalcaterra lembrou que as vítimas e seus familiares têm o direito imprescritível de conhecer as circunstâncias envolvendo esses crimes. “A verdade é um direito cujo exercício ninguém, nem mesmo seu próprio titular, pode negar”, expressou.

O Representante Regional ofereceu aos integrantes da Comissão da Verdade a experiência internacional do ACNUDH, além de acompanhamento e assessoramento técnico para o cumprimento dos padrões internacionais de direitos humanos no desenvolvimento do seu mandato.

Navi Pillay, Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, ressaltou em 2011 que a criação da Comissão da Verdade é um desenvolvimento “há muito aguardado”, que “mostra o compromisso do Brasil em tratar os direitos humanos em casa e em todos os lugares do mundo”, disse. “É uma primeira medida essencial e bem vinda para curar as feridas do país e esclarecer os erros do passado”.

Instituída pela lei 12.528, sancionada pela Presidenta Dilma Rousseff em novembro de 2011, a Comissão Nacional da Verdade foi prevista no terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos do país em 2010. Espera-se que a Comissão da Verdade ajude a sociedade brasileira a compreender e reconhecer uma história questionada ou ainda negada, além de prevenir que se produzam novas violações, recomendando a adoção de reformas institucionais e políticas públicas.

Subsecretário-Geral da ONU e Diretor-Executivo do PNUMA participa de eventos no Brasil durante toda a semana

Subsecretário-Geral da ONU e Diretor-Executivo do PNUMA, Achim Steiner participa de eventos no Brasil durante toda a semanaBrasileiro de nascimento, Achim Steiner inicia amanhã (26/4) sua missão em Brasília e no Rio de Janeiro. O Diretor-Executivo do PNUMA participará de uma série de eventos, dentre os quais uma audiência pública extraordinária da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, onde abordará os desafios e perspectivas da Economia Verde para o Brasil.

A Economia Verde, no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, é um dos dois temas que serão discutidos na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontecerá no Brasil em junho de 2012.

O PNUMA, em colaboração com uma vasta gama de parceiros, tem sido pioneiro na análise da forma com que a transição para uma economia verde, de baixa emissão de carbono e eficiência de recursos, pode ser efetivada; e na identificação das iniciativas que estão emergindo no mundo desenvolvido e em desenvolvimento.

Durante a visita, Achim Steiner também informará sobre a experiência do PNUMA na incorporação de critérios de sustentabilidade em eventos esportivos como as Copas do Mundo e as Olimpíadas.

Em um vídeo gravado em português (abaixo), o Diretor Executivo do PNUMA fala da necessidade de alcançar o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza para enfrentar os desafios e agarrar as oportunidades da nova era. Ele afirma que o Brasil tem o potencial de dar ao mundo vários exemplos de crescimento verde e sustentável.

O discurso que será feito pelo Sr. Steiner na Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal está disponível clicando aqui, em PDF, sob embargo até 11h da manhã desta terça-feira, dia 26 de abril de 2011.

Para entrevistas com o Sr. Achim Steiner durante sua visita ao Brasil, favor contatar:

Nick Nuttall
Porta-Voz e Chefe de Mídia do PNUMA
Celular: +254 733 632 755
E-mail: [email protected]

Amanda Talamonte
Assessora de Imprensa e Comunicação do PNUMA Brasil
Telefone: 61 3038-9237
Celular: 61 8175 2751
E-mail: [email protected]

Novo chefe da Minustah deve investir ainda mais em futebol

General Luiz Ramos, que tomou posse no fim de março, diz que o esporte é uma grande ‘força inspiradora’ e uma fonte de amizade entre os haitianos e as tropas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O novo comandante das forças de paz das Nações Unidas no Haiti, Minustah, general Luiz Ramos, disse à Rádio ONU que deve investir mais em futebol como um dos componentes sociais da missão. Ele contou que “seria um grande sonho” conseguir levar a Seleção Brasileira de futebol de volta ao Haiti para um amistoso.

Em sua primeira entrevista no posto, Luiz Ramos afirmou que o futebol brasileiro é muito admirado pelos haitianos.

Crianças

“Eu pretendo, dentro da minha capacidade, fazer alguns esforços. Não vou dizer que não seria um sonho trazer novamente a Seleção Brasileira, claro que é muito difícil, mas (vamos) investir na área de esporte. A gente pode pegar as crianças que estão na rua e motivá-las a buscar algo dentro dessa dificuldade que o país vive. Vamos ver o que Deus me ajuda a trazer aqui para o Haiti”, contou.

Luiz Ramos tomou posse no último dia 31 março para um mandato de um ano no Haiti.

Ele afirmou que coordenar os trabalhos da Minustah nesta fase de transição do país, que acaba de escolher um novo Parlamento e o próximo presidente, é sua prioridade no posto.

“No meu caso, eu agora começo a ver que o desafio será dar continuidade a este momento de transição porque as eleições correram bem, graças a Deus, os resultado já foram anunciados. E há uma grande expectativa, e a nossa ideia é que possamos estar prontos para os desafios que possam surgir para o componente militar dentro da Minustah”, afirmou.

A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti é comandada por um oficial brasileiro desde sua fundação em 2004.

Ouça aqui a matéria da Rádio ONU