Cai influxo de deslocados pela epidemia de fome na Somália, afirma ACNUR

Mulher somali em campo da ONU para refugiados. Foto: Eskinder Debebe / UN Photo

Durante o mês de agosto, foi registrada uma redução no número de pessoas em fuga da epidemia de fome na Somália. As razões vão desde a sensação de insegurança, devido a restrições impostas pela  milícia Al-Shabaab, até uma entrega mais eficiente da ajuda humanitária, o que evita a necessidade de percorrer grandes distâncias para conseguir auxílio. Só na capital, Mogadíscio, o número estimado dos deslocados saiu de 28 mil – pico registrado em julho – para cinco mil, conforme anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

O porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, disse que a média diária de recém-chegados à capital foi cinco vezes menor: caiu de 1000 no último mês para 200 em agosto. No entanto, estima-se que 3,2 milhões estejam à beira da inanição.

Trabalhadores da paz da União Africana também impuseram restrições na movimentação de civis em áreas anteriormente controladas pela Al-Shababb, que, por sua vez, estaria limitando a movimentação de homens em áreas sob o seu controle no sul do país

No Quênia, próximo ao complexo de Dadaab, onde estão montados os maiores campos de refugiados, o fluxo de pessoas também foi menor. A queda na média diária foi de 1,5 mil para em média 1,1 mil. Mas as condições de saúde de quem chega, principalmente as crianças, está pior. Dadaab abriga hoje quase 500 mil refugiados, a maioria Somalis.

O Iêmen é o único país que teve crescimento no número de refugiados, apesar dos riscos na travessia do Golfo do Ádem. Para Edwards, a escolha pelo Iêmen dá um sinal do desespero por que passam os fugitivos. No início do mês, o Conselho de Segurança expressou grave preocupação com o agravamento da situação econômica e humanitária no país, que, assim como outras nações no norte da África, enfrenta revoltas por um governo democrático.