CEPAL: Taxa de crescimento do PIB da América Latina diminuiu em 2014, e fica abaixo de 1,5%

A taxa de crescimento do PIB da América Latina diminuiu significativamente em 2014, ficado abaixo de 1,5%. Esta é a primeira vez em uma década que a América Latina cresce menos do que a média dos 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A informação foi divulgada pelo Centro de Desenvolvimento da OCDE, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da ONU (CEPAL) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), através do relatório Perspectivas Econômicas da América Latina 2015, divulgado nesta terça-feira (9).

O documento faz um apelo para que medidas que combatam efetivamente essa desaceleração do crescimento econômico sejam tomadas. Essas medidas devem enfocar sobretudo a melhoria dos padrões educacionais e das competências, mesmo que certo progresso nesse sentido já tenha sido alcançado. Além disso, medidas que combatam as persistentes e substanciais desigualdades socioeconômicas precisam ser tomadas.

O relatório observa que, em média, a diferença de desempenho educacional de um estudante do ensino médio na América Latina em relação a um estudante em países da OECD ainda é bastante elevada, equivalendo a 2,4 anos a mais de estudo. Além disso, desigualdades socioeconômicas influenciam fortemente o acesso à educação, bem como a desempenho dos estudantes na região. Apenas 56% dos alunos dos 25% mais pobres da população frequentam o ensino médio, contra 87% da mesma proporção de alunos mais ricos.

As limitações da qualidade da educação também se refletem na escassez de competência, criando assim uma incompatibilidade no mercado de trabalho entre mão de obra disponível e sua demanda. Isso afeta gravemente a competitividade das empresas latino-americanas, que enfrentam maiores dificuldades para encontrar funcionários devidamente qualificados do que as empresas localizadas em qualquer outra região do mundo. O relatório demonstra que a probabilidade de uma empresa latino-americana encontrar obstáculos durante a procura de funcionários capacitados é três vezes maior do que uma empresa similar da Ásia Meridional e 13 vezes maior do que uma empresa da Ásia-Pacífico. Esta situação tende a ser mais grave em setores-chave, como por exemplo o de automóveis e máquinas.

Uma mudança estrutural baseada na diversificação da estrutura produtiva, sobretudo no sentido de ampliar a importância dos setores de conhecimento intensivo, é necessária para balancear a crescente demanda por mão de obra qualificada com a sua disponibilidade. Conforme observado pela secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, “sem uma transformação estrutural produtiva, faltará um elo na corrente que liga educação, produtividade e inovação”.

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