Confronto entre policiais e indígenas deixa mortos na Guatemala e preocupa ONU

Uma família Cakchiquel na aldeia de Patzutzun, Guatemala. (ONU/F. Charton)

Funcionários de direitos humanos da ONU foram encaminhados na semana passada para a região oeste da Guatemala, onde os confrontos entre as comunidades indígenas, policiais e militares resultaram em seis camponeses mortos e pelo menos 30 feridos, na última quinta-feira (4), no Departamento de Totonicapán.

Segundo relatos, o dia começou com um grande número de povos indígenas fechando diversas estradas em protesto contra o aumento das tarifas elétricas e de prestação de outros serviços básicos. Sete soldados também teriam sido feridos no incidente.

O porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Rupert Colville, observou que há relatos conflitantes sobre o local em que ocorreu o incidente.

“Detalhes permanecem obscuros e nosso escritório na Guatemala está enviando duas equipes de observadores de direitos humanos – um para o Estado de Sololá e outro para Totonicapán – para verificar os fatos e acompanhar os incidentes”.

Durante uma visita à região em março deste ano, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, já havia observado que, embora os povos indígenas constituam a maioria da população do país, continuam a ser objeto de exclusão e têm seus direitos humanos negados.

A Guatemala foi um dos primeiros signatários da Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, que ressalta que os povos indígenas têm o direito de participar na tomada de decisões em questões que afetem seus direitos.