Crises pedem uma ação global para promover o desenvolvimento

Lazarous KapambweCom a inversão dos ganhos de desenvolvimento causados pela crise financeira e o mundo enfrentando aumento dos preços de alimentos e energia, as Nações Unidas destacaram a necessidade de uma ação conjunta para promover o desenvolvimento, a igualdade e a prosperidade para todos. “A crise financeira e econômica inverteu muitos ganhos de desenvolvimento e interrompeu o progresso do desenvolvimento social e econômico. Acelerar a construção de uma parceria global para o desenvolvimento é crucial para superar esses obstáculos e alcançar os ODM até 2015,” disse o Presidente do Conselho Econômico e Social (ECOSOC), Lazarous Kapambwe.

Kapambwe afirmou (10/03) na abertura da reunião anual de alto nível do ECOSOC com a instituições de Bretton Woods, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) que a comunidade internacional enfrenta agora o enorme desafio de promover uma agenda de ação para acelerar os progressos para alcançar os ODM. Além de uma parceria global para o desenvolvimento, a reunião de dois dias analisa o papel da ONU na governança econômica global, bem como o apoio financeiro a esforços de desenvolvimento de países menos desenvolvidos e países de renda média.

“Na ausência de coordenação e cooperação entre os governos de todo o mundo, há um risco real de uma nova recessão global,” disse Kapambwe. “Isso agravaria o já enorme custo humano da crise, que tem atrasado seriamente os esforços de desenvolvimento de muitos países.”

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, também destacou o fato de os picos recentes nos preços dos alimentos e energia estarem colocando em risco os progressos alcançados na última década no sentido de tirar milhões de pessoas da pobreza. Ele observou, ainda, que também é importante reconhecer a implicações políticas e econômicas dos últimos acontecimentos no norte da África e no Oriente Médio.

“Estes eventos já destacam, mais uma vez, a relação entre pobreza, desemprego, desigualdade e estabilidade. Uma governança inclusiva, honesta e democrática é parte crucial de nossa busca por justiça social e dignidade humana,” afirmou. “Temos de responder a estes desafios”, acrescentou, “traçando um curso para o desenvolvimento verdadeiramente sustentável e equitativo.”

O Presidente do Conselho de Comércio e Desenvolvimento da UNCTAD, Luis Manuel Piantini Munnigh, também comentou sobre a política econômica e os acontecimentos recentes, como o aumento nos preços dos alimentos e dos combustíveis e as revoltas que varrem todo o Oriente Médio e o norte da África. Todas “enfatizam a realidade incontornável de que uma mudança fundamental está por vir,” disse. “Estes eventos têm destacado que as velhas formas de fazer negócios não funcionam mais, e que velhas suposições que um dia nos pareceram infalíveis acabaram falhando.”