Somália: a situação no país continua instável

O Presidente do Conselho de Segurança, Li Baodong, da China.O Conselho de Segurança pediu à comunidade mundial que forneça com urgência os equipamentos necessários para que a Missão de Paz no país consolide as recentes e frágeis conquistas na estabilização de uma nação dilacerada pela luta entre facções nos últimos 20 anos. Durante um longo debate sobre o país africano, o órgão de 15 membros salientou também a necessidade de reforçar o Governo Federal de Transição (GFT). “O Conselho de Segurança pede à comunidade internacional que contribua com urgência e sem ressalvas ao Fundo das Nações Unidas para a Missão da União Africana na Somália (AMISOM),” diz declaração presidencial do Conselho, sublinhando as necessidades da força de paz cujo aumento de tropas foi autorizado em dezembro .

Em discurso no início do debate, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, reforçou esta mensagem. “A AMISOM e o GFT precisam de mais do que o número de soldados autorizados – eles precisam realmente de tropas, equipamentos e aumento da capacidade,” disse, ressaltando que a força africana seria ainda mais eficaz se tivesse mais recursos, incluindo helicópteros e apoio de inteligência, vigilância e reconhecimento. “Os ganhos militares do Governo Federal de Transição e da AMISOM são frágeis. A situação humanitária é terrível. A violência continua a crescer,” acrescentou. “Se reforçarmos os ganhos militares, fornecermos ajuda humanitária e alcançarmos progresso político, poderemos definir um curso para maior estabilidade e paz na Somália. Se não conseguirmos, correremos o risco de uma crise humanitária crescente, da deterioração da segurança e de ameaçar ainda mais a paz regional e a estabilidade.”

O período de transição da Somália foi originalmente programado para terminar em agosto, mas o Parlamento de Transição recentemente ampliou seu mandato, sem realizar as reformas necessárias. O Conselho apelou ao GFT que se esforce em chegar a um acordo sobre as preparações de um governo pós-transição “de forma construtiva, aberta e transparente, que promova diálogo político e participação mais amplos.”

O Conselho também expressou preocupação com o agravamento da situação humanitária, que piorou com a seca, que deixou cerca de 2,4 milhões de somalis em necessidade urgente de ajuda, e observou um declínio contínuo no financiamento da ajuda humanitária para a Somália.