Declaração de Ban Ki-moon ao ser reeleito para o segundo mandato como Secretário-Geral das Nações Unidas

ONU: logomarca oficial.Leia abaixo declaração de Ban Ki-moon ao ser reeleito para o segundo mandato como Secretário-Geral das Nações Unidas.

“Presidente da Assembleia Geral, Presidentes do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e do Conselho de Tutela, Ministro das Relações Exteriores da República da Coreia, Vice-Presidentes da Assembleia Geral, Representantes dos cinco grupos regionais, Representante Permanente dos Estados Unidos, Excelências, Ilustres convidados, Senhoras e Senhores,

Com a sua decisão desta tarde – com as suas palavras calorosas – vocês me deixam muito honrado, de uma forma que não posso expressar.

Aqui nesse lugar, levando em conta o legado imenso de meus predecessores, me sinto humilde pela confiança de vocês e engrandecido pelo nosso senso de propósito comum.

Esta ocasião solene é especial em outro aspecto.

Ao ser empossado, há poucos momentos, eu coloquei minha mão sobre a Carta da ONU – não uma cópia, mas o original assinado em São Francisco.

Nossos Fundadores consideraram este documento tão precioso que foi levado de avião de volta para Washington, amarrado em seu próprio pára-quedas. O pobre diplomata que o levava não teve a mesma consideração: teve que correr seu próprio risco.

Agradecemos ao Arquivo Nacional dos Estados Unidos pela sua generosidade em emprestá-la hoje, e por seus cuidados em preservá-la.

A Carta das Nações Unidas é o espírito animador e a alma de nossa grande instituição.

Por 65 anos, esta grande Organização levou a chama da aspiração humana – “Nós, os povos”.

A partir da última das grandes guerras mundiais, através da queda do Muro de Berlim e do fim do apartheid.

Temos alimentado os famintos; levando conforto aos doentes e àqueles que sofriam; e tem levado a paz para os que sofriam com a guerra.

Esta grande Organização, dedicada ao progresso humano – a Organização das Nações Unidas.

Começamos nosso trabalho em conjunto, quatro anos e meio atrás, com uma chamada para um “novo multilateralismo” – um novo espírito de ação coletiva.

Vimos, em nosso trabalho diário, como todas as pessoas do mundo olham mais e mais para as Nações Unidas.

Sabíamos então – e mais agora – que vivemos em uma era de integração e interligação, uma nova era em que nenhum país pode resolver todos os desafios por conta própria e em que cada país deveria ser parte da solução.

Essa é a realidade do mundo moderno.

O papel das Nações Unidas é liderar. Cada um de nós aqui hoje compartilha esta responsabilidade pesada. É por isso que as Nações Unidas são importantes de uma maneira diferente e mais profunda do que nunca.

Para liderar, é preciso apresentar resultados. Meras estatísticas não são suficientes. Precisamos de resultados que as pessoas possam ver e tocar – resultados que mudem vidas – façam a diferença.

Trabalhando em conjunto, com boa vontade e confiança mútua, estabelecemos uma fundação firme para o futuro.

Quando começamos, a mudança climática era um problema invisível. Hoje, está na agenda global.

Quando começamos a trabalhar juntos, o desarmamento nuclear estava congelado no tempo. Hoje, vemos progresso.

Temos avançado na saúde global, desenvolvimento sustentável e educação. Estamos no caminho de eliminar as mortes por malária. Com um empurrão final, podemos erradicar a poliomielite, assim como fizemos com a varíola há muito tempo.

Protegemos os pobres e vulneráveis contra a maior crise econômica em gerações.

Em meio a desastres naturais devastadores, estávamos lá, salvando vidas – no Haiti, Paquistão, Mianmar.

Como nunca antes, a ONU está na linha de frente protegendo as pessoas e também ajudando a construir a paz – no Sudão, na República Democrática do Congo e na Somália; no Afeganistão, no Iraque e no Oriente Médio.

Nos mantivemos firmes pela democracia, justiça e direitos humanos – na Costa do Marfim, na África do Norte e em outras regiões.

Demos uma nova dimensão para a Responsabilidade de Proteger.

Criamos a ONU Mulheres para empoderar as mulheres em toda parte. Incluindo o próprio Sistema das Nações Unidas.

E, no entanto, nunca esquecemos o caminho que ainda temos que percorrer. Devemos continuar o importante trabalho que começamos juntos.

Ao olharmos para o futuro, reconhecemos o imperativo de uma ação decisiva e concertada.

Em tempos econômicos difíceis, temos de esticar recursos – fazer melhor com menos. Temos de melhorar nossa capacidade de trabalhar em conjunto.

Devemos fazer mais para ligar os pontos entre os desafios do mundo, de modo que as soluções para um problema global se tornem soluções para todos – sobre as mulheres e a saúde das crianças, o crescimento verde, mais justo desenvolvimento econômico e social.

Prazos claros estão chegando: a data-limite para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em 2015, ano que vem a Conferência Rio+20, a reunião de alto nível sobre segurança nuclear em setembro, e a Cúpula de Segurança Nuclear, em Seul no próximo ano.

Em tudo isto, o nosso poder supremo é a parceria.

O nosso legado, como deve ser, será escrito em aliança – os líderes do mundo, liderando uma causa comum.

Tal como no passado, conto com o vosso apoio e parceria ainda mais profunda. Ao agir de forma decisiva para renovar o meu mandato, vocês me deram o dom do tempo – tempo para continuar o trabalho importante que, juntos, começamos.

Nos meses que virão, estaremos conversando com vocês para saber suas opiniões e ideias. Baseando-me nessas discussões, vou apresentar nossa visão de longo prazo mais ampla na próxima Assembleia Geral em setembro.

Meu predecessor Dag Hammarskjöld disse uma vez: “Nunca por uma questão de ‘paz e tranquilidade’ negue sua própria experiência ou convicção” [Never for the sake of ‘peace and quiet’ deny your own experience or conviction.]. Tal como o meu antepassado ilustre, aproveito esta lição para o coração.

Tem sido um grande privilégio servir como seu Secretário-Geral.

Com gratidão pelo seu apoio e encorajamento, e honrando a sua confiança, me comprometo e aceito o seu apoio. Aceito orgulhoso e humildemente.

Como Secretário-Geral, trabalharei como um harmonizador e construtor de pontes – entre os Estados-Membros, dentro do Sistema das Nações Unidas, e entre as Nações Unidas e uma rica diversidade de parceiros internacionais.

Para citar o grande filósofo Lao-tzu:

“O Caminho do Céu é para beneficiar os outros e não para ferir.
O Caminho do sábio é agir, mas não competir.”

Vamos aplicar esta sabedoria duradoura para o nosso trabalho hoje. Fora da competição de ideias, deixe-nos encontrar a unidade na ação.

Honrando sua confiança, eu me comprometo com total determinação para defender os princípios fundamentais de nossa sagrada Carta.

Juntos, vamos fazer tudo que pudermos para ajudar a esta nobre Organização a melhor servir “nós os povos” do mundo.

Juntos, nenhum desafio é demasiado grande. Juntos, nada é “impossível”.

Obrigado.”

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  1. Minha opinião e que o sr. Tendo uma visão ampla , com humildade e harmonia com todos, não pensando em seu proprio interesse mas tendo uma visÃO realmente como acabar com sofrimento das pessoas mas centralizado em Deus, acredito que pode fazer muito pela humanidade. Tambem primeiro sendo modelo e exemplo de sua propria vida; acredito que realmente terá grandes vitorias.