Desnutrição infantil retira mais de US$ 1 bilhão da economia da República Democrática do Congo

Um bebê tem a circunferência do meio do braço esquerdo medida como forme de identificar sinais de desnutrição. A área vermelha, até 12cm, indica desnutrição grave; a amarela (13cm) indica desnutrição moderada; enquanto a verde (14cm) é um bom indicador. Foto: UNICEF / Connelly
Um bebê tem a circunferência do meio do braço esquerdo medida como forme de identificar sinais de desnutrição. A área vermelha, até 12cm, indica desnutrição grave; a amarela (13cm) indica desnutrição moderada; enquanto a verde (14cm) é um bom indicador. Foto: UNICEF / Connelly

A economia da República Democrática do Congo (RDC) está perdendo cerca de 4,5% do produto interno bruto (PIB) para os efeitos da desnutrição infantil, de acordo com um estudo apoiado pelas Nações Unidas divulgado nesse mês (7).

Os custos sociais e econômicos da desnutrição são estimados em 1,637 bilhões de francos congoleses, o equivalente a mais de 1 bilhão de dólares por ano.

“Esses resultados exigem que todos nós atuemos agora para evitar futuras perdas causadas pela fome”, disse o diretor de campo do Programa Mundial da Alimentos da ONU (PMA), Claude Jibidar.

“Estou convencido de que com o entendimento que temos agora do terrível impacto econômico e social da desnutrição em crianças, nós e nossos parceiros podemos trabalhar com o governo para fazer uma diferença real nesta situação alarmante.”

O estudo foi realizado pelo governo da RDC em colaboração com o PMA, a Comissão da União Africana, a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) e a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

O estudo mostra que as perdas ocorrem todos os anos por meio do aumento dos custos de saúde, encargos adicionais para o sistema educacional e a redução da produtividade da força de trabalho.

De acordo com o relatório, a RDC poderia economizar cerca de 383 milhões de dólares até 2025 se a prevalência de crianças com baixo peso fosse reduzida de 11 para 5%, e se o baixo crescimento para a idade fosse reduzido de 43 para 10%.

“A África tem o potencial de colher um dividendo demográfico de uma força de trabalho jovem, educada e qualificada”, disse Kefilwe Moalosi, falando em nome da União Africana e da NEPAD. “Mas esse potencial só pode ser aproveitado se continuarmos a investir na saúde e nutrição das pessoas, particularmente as mulheres e crianças, e garantir o crescimento econômico necessário.”

O estudo foi realizado em 11 países africanos. Suas economias sofrem uma perda anual estimada associada à desnutrição infantil que é equivalente a pelo menos 1,9% e até 16,5% do PIB. Os resultados devem ser divulgados em breve em Moçambique e no Zimbábue. O estudo também será feito no Mali e na Mauritânia.