A Enviada Especial da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) no Haiti, Michaëlle Jean, pede uma revisão urgente do sistema de educação do país, que ela diz ser a pedra angular da futura prosperidade da empobrecida nação. Ela apresentou a estratégia da UNESCO perante a Comissão Provisória para a Reconstrução do Haiti, criada em abril de 2010 para coordenar e supervisionar a campanha de recuperação e reconstrução após o devastador terremoto de janeiro do ano passado.

“É urgente a implementação do Pacto Nacional pela Educação, que foi desenvolvido por autoridades haitianas do âmbito da educação e aprovada pelo Presidente da República. Este plano estabelece as bases para a construção de um sistema educacional acessível, universal e que ofereça ensino de qualidade,” disse Jean.

O Haiti quer, entre outras coisas, proporcionar educação de alta qualidade e gratuita para todas as crianças dos seis aos doze anos de idade até 2015. Esta é uma meta ambiciosa, segundo a UNESCO, que observou que antes do terremoto apenas uma em cada cinco crianças tinham acesso à escola pública. Um grande segmento da população era privado do ensino, porque os pais não tinham recursos financeiros para o pagamento da taxa de inscrição. O Ministério da Educação haitiano também visa aumentar a proporção de estudantes nas universidades e de nível secundário, além de proporcionar a alfabetização de 2,5 milhões de habitantes.

“O Haiti pode contar com a UNESCO em todas as suas ações, sejam de capacitação ou melhora da qualidade da educação através da formação de professores e desenvolvimento curricular,” informou a agência, em comunicado à imprensa. A UNESCO disse que também está pronta para ajudar o Governo haitiano em outras áreas, como ciência, comunicação e cultura. A agência já criou o Comitê de Coordenação Internacional para a Preservação do Patrimônio Cultural do Haiti, refletindo seu compromisso com a proteção do patrimônio intangível e tangível do país.