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Em data da ONU sobre memória da escravidão, alunos do Complexo do Alemão assistem a filme da UNESCO

Sessão de cinema no Complexo do Alemão. Foto: UNIC Rio/Thor Weglinski
Sessão de cinema no Complexo do Alemão. Foto: UNIC Rio/Thor Weglinski

Para lembrar o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos, comemorado na segunda-feira, 25 de março, o filme “A rota do escravo – A alma da resistência”, sobre o tráfico de escravos, foi exibido no auditório da Escola Estadual Jornalista Tim Lopes, no Complexo do Alemão, para mais de 250 alunos, entre 15 e 18 anos.

Após assistirem o filme, os alunos participaram de um debate com a participação de funcionários da ONU e foram convidados a escrever uma redação sobre o assunto. A melhor redação ganhará camiseta e cadeira do projeto, além de ter o texto compartilhado nas redes sociais do Cinemão, com apoio dos meios de comunicação da ONU.

A iniciativa faz parte da o projeto Cinemão, que conta com apoio do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).

Carro com equipamentos do projeto. Foto: UNIC Rio/Thor Weglinski
Carro com equipamentos do projeto. Foto: UNIC Rio/Thor Weglinski

Durante todo este ano, o Cinemão pretende promover 288 sessões gratuitas de cinema em comunidades do Rio de Janeiro. A proposta é alcançar um público de 150 mil pessoas.

“O Cinemão é um veículo de ocupação tática da cultura. É um carro aparelhado para exibição de filmes nacionais em espaços que são estigmatizados pela violência, pelo abandono do poder público e evidentemente a ausência de aparelhos culturais. Nosso objetivo é promover, difundir, estimular a cultura e o encontro social através do cinema brasileiro, de uma forma prática e extremamente eficiente”, disse o criador do projeto, Cid César Augusto.

Ouça matéria da Rádio ONU sobre o tema abaixo ou clicando aqui:

[audio:http://downloads.unmultimedia.org/radio/pt/ltd/mp3/2013/1303267.mp3]

O filme educativo, produzido pela Organização das Nações para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e dublado para o português pelo UNIC Rio, encontra-se disponível abaixo:

Saiba mais sobre o Cinemão: http://bit.ly/CinemaoONU

Mensagem da diretora-geral da UNESCO por ocasião do Dia Mundial da Poesia

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Mundial da Poesia, 21 de março de 2013.

“Poesia é uma das mais puras expressões de liberdade linguística. É um componente da identidade dos povos e carrega a energia criativa da cultura, razão pela qual pode renovar-se continuamente.

Esse poder da poesia é transmitido de geração em geração, nos textos consagrados de grandes autores e nas obras de poetas anônimos. Nós temos o dever de transmitir esse patrimônio – o legado de Homer, Li Bai, Tagore, Senghor e inúmeros outros –, já que ele carrega testemunho vivo da diversidade cultural da humanidade. A nós cabe estarmos dispostos a frutificá-lo, como uma fonte de riqueza e diálogo linguístico.

Ao celebrar o Dia Mundial da Poesia, a UNESCO deseja também promover os valores que a poesia transmite, porque poesia é uma viagem – não em um mundo de sonhos, mas frequentemente próxima às emoções, às aspirações e às esperanças dos indivíduos. Poesia dá forma aos sonhos dos povos e expressa a espiritualidade deles nos mais fortes termos – ela também encoraja todos nós a mudar o mundo.

Poetas em todos os países herdam versos atemporais em defesa dos direitos humanos, da igualdade de gênero e do respeito pelas identidades culturais. Paul Eluard escreveu “liberdade… eu escrevo teu nome”. Até hoje, a poesia traz os ventos de liberdade e dignidade na luta contra a violência e a opressão.

Por todas essas razões, a UNESCO apoia os poetas e todos os que publicam, traduzem, imprimem ou disseminam poesia. Ela assim o faz, a fim de proteger a diversidade das expressões culturais e de preservar recitais de poesias listados como patrimônio cultural imaterial da humanidade, como tantas as maneiras de embelezar o mundo e construir as defesas da paz nas mentes dos homens e das mulheres.”

Mensagem da diretora-geral da UNESCO por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março de 2013.

“O Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março, é um dos mais antigos dias internacionais comemorados pelas Nações Unidas.

Este dia leva-nos a refletir sobre as origens dos princípios que sustentam a vida social e a solidariedade internacional. Ele também incorpora a razão de ser da UNESCO, seu esforço em criar condições para o entendimento mútuo e a tolerância nas mentes de homens e mulheres.

O racismo envenena as sociedades diversas e multiculturais em que vivemos. A discriminação racial quer seja latente ou abertamente exibida, pode assumir a forma de negação de emprego, de habitação ou de educação, ou a forma de agressão física; ela prospera sobre uma lógica de classificação e divisão do gênero humano que aponta como indesejáveis o estranho, a minoria, o imigrante e, finalmente, a própria humanidade. É arraigado em preconceitos herdados de épocas passadas e sustentado pela ignorância e deve ser combatido por meio de ações destinadas a reforçar os princípios invioláveis da dignidade humana.

Para este fim, a UNESCO, baseando-se na força de seu mandato, está incluindo a educação em direitos humanos nos currículos escolares, transmitindo, assim, a história das páginas mais sombrias do passado – em especial a escravidão, o tráfico de escravos, o Holocausto e os genocídios. O sentido de profunda unidade do gênero humano deve ser reforçado pela promoção das culturas e pelo melhor conhecimento dos fundamentos compartilhados que as aproxima. A Coalizão Internacional de Cidades contra o Racismo da UNESCO tem demonstrado a sua relevância por meio do intercâmbio das melhores práticas a fim de reforçar a coesão social. De acordo com a sabedoria de ubuntu, mais habilmente defendida pelo Reverendíssimo Desmond Tutu, arcebispo emérito da Cidade do Cabo, uma pessoa precisa de outras para ser plenamente ela mesma. A UNESCO aprovou a mensagem do ubuntu e a coloca em prática no âmbito de uma estratégia integrada e aprovada há mais de dez anos.

A UNESCO está trabalhando para aproveitar todos os recursos culturais e educacionais e para aproveitar ao máximo todas as fontes de conhecimento para que todos possam viver juntos da melhor forma em nossa diversidade. Convoco todos os parceiros da UNESCO, governos, ONGs, artistas, atores da sociedade civil e ativistas de direitos humanos para se juntar a nós na defesa do princípio da tolerância zero da discriminação racial, em apoio às vítimas e na luta contra todas as formas de racismo, xenofobia e intolerância.”

Dia Mundial do Rádio, por Irina Bokova

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Mundial do Rádio – 13 de fevereiro de 2013.

“O Dia Mundial do Rádio celebra um meio que transformou nossa maneira de se comunicar e que permanece na linha de frente do século XXI. Em 18 de dezembro de 2012, a Assembleia das Nações Unidas sancionou a resolução de 2011 adotada pela Conferência Geral da UNESCO proclamando dia 13 de fevereiro o Dia Mundial do Rádio, data em que a Rádio das Nações Unidas foi criada em 1946.

O nascimento do rádio no século XIX anunciou a era moderna da comunicação. O mundo mudou dramaticamente desde então, mas o rádio mal envelheceu. Ele permanece amplamente acessível, relativamente barato e muito simples de usar. Ainda é o meio capaz de levar qualquer mensagem a qualquer lugar em qualquer tempo – mesmo sem eletricidade. Em situações de conflito e desastre natural, o rádio de ondas curtas fornece uma linha de informação que pode salvar vidas.

O rádio abraçou a revolução digital para expandir seu poder e seu alcance. Em todo o mundo, o custo de difusão está diminuindo e o número de estações de rádio está aumentando. Cidadãos jornalistas e imprensa comunitária estão utilizando estações de rádio na web para dar voz àqueles que raramente são ouvidos. Mais do que nunca, o rádio permanece uma força de mudança social, por compartilhar conhecimento e fornecer uma plataforma para o debate inclusivo.

Em um mundo que está em rápida mudança, a UNESCO compromete-se em aproveitar todo o poder do rádio de construir pontes de entendimento entre povos, de compartilhar informação o mais amplamente possível e aprofundar o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais, especialmente a liberdade de expressão. Isso é essencial para uma boa governança, para sociedades abertas e para o desenvolvimento sustentável.

É por isso que a UNESCO trabalha em prol da segurança de radiojornalistas em todo o mundo e de uma imprensa livre, independente e plural, juntamente com os enquadramentos legais e as instituições democráticas necessárias.

A UNESCO também está determinada em usar ao máximo as estações de rádio comunitárias para abordar a pobreza e a exclusão social em nível local e empoderar grupos rurais marginalizados, jovens e mulheres. O rádio é a plataforma chave para a educação sobre e a proteção de culturas e idiomas locais. Também é um meio poderoso de amplificar as vozes dos jovens em todo o mundo sobre as questões que afetam suas vidas. Devemos alimentar suas capacidades e lhes dar oportunidades de engajar-se totalmente com o rádio.

O rádio transformou nosso passado – ele permanece uma força poderosa de formação de um futuro mais pacífico, mais sustentável e mais inclusivo para todos. Essa é a mensagem da UNESCO para o Dia Mundial do Rádio.”

Dia dos Direitos Humanos, por Irina Bokova

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro de 2012.

Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO (ONU/JC McIlwaine)

“A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em 10 de dezembro de 1948, expressa valores e liberdades fundamentais que estão no cerne de uma humanidade unida. A Declaração é um dos textos mais humanísticos e inspiradores já escritos – e é também um chamado à ação de pessoas e governos para que unam forças em prol da conscientização sobre direitos humanos e de seu reforço com o objetivo de garantir que sejam plenamente exercidos.

Neste tempo de incerteza e mudanças, temos o dever de observar os princípios da dignidade humana e das liberdades fundamentais – não há justificativa para sua violação. O Dia dos Direitos Humanos nos dá a oportunidade de reafirmar nosso comprometimento com esses valores e nossa determinação em colocá-los em prática para que sejam desfrutados em todo o mundo.

Enquanto as pessoas são impedidas de exercer seus direitos básicos, a luta pela dignidade humana deve continuar. Devemos assegurar que as vozes que foram silenciadas sejam ouvidas – silenciadas porque são marginalizadas, sujeitas à discriminação, vivem em pobreza, não sabem ou não podem exercer seus direitos.

Novas tecnologias e mídias sociais oferecem à nova geração novos recursos para o diálogo, para a participação e a mobilização, e seu potencial deve ser aproveitado. Dar voz aos silenciados significa fornecer-lhes meios formais e genuínos de se fazer ouvir por meio de educação de qualidade para todos, acesso à cultura e livre fluxo de ideias em diálogo democrático – isso é o que a UNESCO busca alcançar.

Há uma grande lacuna entre a proclamação solene dos direitos e seu verdadeiro exercício por bilhões de pessoas em suas vidas cotidianas. No entanto, na história recente, ativistas em todo o mundo têm alcançado rápido progresso por meio de manifestações pacíficas pela dignidade, igualdade e justiça, embora tenham sido frequentemente submetidos a violência e repressão.

Inspiremo-nos em suas ações para consolidar o respeito aos direitos humanos. Essa é a chave para sociedades mais inclusivas e fortes, para viver em paz e fortalecer nosso trabalho para que alcancemos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Em 10 de dezembro de 2012, a UNESCO entregará o Prêmio UNESCO/Bilbao para a Promoção de uma Cultura de Direitos Humanos ao Reverendíssimo Desmond Tutu, Arcebispo Emérito, um grande humanista que se pronuncia veementemente pelos direitos daqueles que não podem ser ouvidos.

“Não saberíamos como pensar, andar ou falar, ou nos comportar como seres humanos se não houvéssemos aprendido com outros seres humanos. Necessitamos de outros seres humanos para que sejamos, de fato, humanos”.

Suas palavras devem nos guiar em nossos esforços para construir uma cultura universal de direitos humanos em que cada voz seja importante e faça a diferença.”