Em 2012 a Década das Nações Unidas para a Alfabetização acaba. Mas, apesar dos esforços, em todo o mundo ainda existem 875 milhões de analfabetos e entre eles – a maioria – 66% são mulheres. As taxas vêm caindo, mas não o suficiente para se atingir a meta estipulada há mais de 20 anos.
Para discutir este assunto, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e o Instituto Interamericano de Fomento à Educação, Cultura e Ciência (IFEC) organizaram na quarta-feira (26/9), uma palestra com a presença de 50 educadores. A palestra, proferida pela alfabetizadora e pesquisadora em educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Denize Sepúlveda, mostrou como o mundo continua fracassando na meta de alcançar a alfabetização como um direito humano universal. “Não atingimos o ideal que queríamos. Continuamos fracassando na universalização da alfabetização para todos”.
Esta é uma realidade que atinge também o Brasil. A professora Sepúlveda considera que o mais preocupante no País é a continuidade do analfabetismo entre crianças de 10 até 14 anos. “Ainda temos uma alta percentagem de crianças que não são alfabetizadas.”
Nos dados do Censo de 2010, 3,9% das crianças nessa faixa etária não estavam alfabetizadas – ou seja, 671 mil não sabiam ler e nem escrever. “É um número considerável especialmente se considerarmos que a partir de 2007 a alfabetização foi incorporada ao ensino como uma obrigação do Estado.”
Já o Presidente do IFEC, Raymundo Stelling, acredita que a educação é muito mais do que apenas transmitir conhecimento. “Quando falamos em educação, falamos de uma série de condições que permitem a uma criança ter um bom desenvolvimento na sua formação. Questões de segurança, alimentação, qualificação dos professores, pertinência dos programas de educação e salários justos para esses profissionais fazem parte desta discussão.”
Desde 2005 o IFEC e o UNIC Rio mantêm uma parceria com a realização anual de palestras e atividades voltadas para a educação e o meio ambiente.