Evento no UNIC Rio discute avanços e desafios da Década das Nações Unidas para a Alfabetização

Na foto: Leandro Duarte (Secretário Geral do IFEC), Denize Sepúlveda (pesquisadora em educação), Valéria Schilling (Assessora de Comunicação do UNIC Rio) e Raymundo Stelling (Presidente do IFEC). (Foto: UNIC Rio/Daniel Mendonça)

Em 2012 a Década das Nações Unidas para a Alfabetização acaba. Mas, apesar dos esforços, em todo o mundo ainda existem 875 milhões de analfabetos e entre eles – a maioria – 66% são mulheres. As taxas vêm caindo, mas não o suficiente para se atingir a meta estipulada há mais de 20 anos.

Para discutir este assunto, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e o Instituto Interamericano de Fomento à Educação, Cultura e Ciência (IFEC) organizaram na quarta-feira (26/9), uma palestra com a presença de 50 educadores. A palestra, proferida pela alfabetizadora e pesquisadora em educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Denize Sepúlveda, mostrou como o mundo continua fracassando na meta de alcançar a alfabetização como um direito humano universal. “Não atingimos o ideal que queríamos. Continuamos fracassando na universalização da alfabetização para todos”.

Esta é uma realidade que atinge também o Brasil. A professora Sepúlveda considera que o mais preocupante no País é a continuidade do analfabetismo entre crianças de 10 até 14 anos. “Ainda temos uma alta percentagem de crianças que não são alfabetizadas.”

Evento do IFEC no UNIC Rio

Nos dados do Censo de 2010, 3,9% das crianças nessa faixa etária não estavam alfabetizadas – ou seja, 671 mil não sabiam ler e nem escrever. “É um número considerável especialmente se considerarmos que a partir de 2007 a alfabetização foi incorporada ao ensino como uma obrigação do Estado.”

Já o Presidente do IFEC, Raymundo Stelling, acredita que a educação é muito mais do que apenas transmitir conhecimento. “Quando falamos em educação, falamos de uma série de condições que permitem a uma criança ter um bom desenvolvimento na sua formação. Questões de segurança, alimentação, qualificação dos professores, pertinência dos programas de educação e salários justos para esses profissionais fazem parte desta discussão.”

Desde 2005 o IFEC e o UNIC Rio mantêm uma parceria com a realização anual de palestras e atividades voltadas para a educação e o meio ambiente.