Festa no Rio de Janeiro celebra riqueza cultural de refugiados com música, moda e gastronomia

Claudine, estilista da República Democrática do Congo, também participou da feira do Rio Refugia no último sábado (24). Foto: ACNUR/Luciola Villela
Claudine, estilista da República Democrática do Congo, também participou da feira do Rio Refugia no último sábado (24). Foto: ACNUR/Luciola Villela

Para encerrar as celebrações no Rio de Janeiro do Dia Mundial do Refugiado, lembrado em 20 de junho, o Parque das Ruínas virou palco de uma grande festa no último fim de semana (24). O evento Rio Refugia reuniu refugiados de diversos países, apoiadores da causa do refúgio e organizações que trabalham com o tema para uma tarde de conscientização e integração entre estrangeiros e moradores da Cidade Maravilhosa.

Com apresentações musicais e uma feira de gastronomia, moda e arte, artistas e chefs refugiados puderam compartilhar seus talentos e conhecimentos com os brasileiros.

Para a colombiana Nelly Camacho, que vendeu comidas típicas e artigos de artesanato durante o evento, momentos como esse são relevantes para combater o preconceito, pois permitem às comunidades que acolhem refugiados saber quem de fato são essas pessoas forçadamente deslocadas.

“É uma excelente oportunidade para os brasileiros nos conhecerem e entenderem que somos pessoas capazes, empreendedoras, e que queremos integrar a nossa cultura a deles”, disse a refugiada, de 54 anos.

Ao lado da barraca de Nelly, era possível saborear coquetéis caribenhos na tenda venezuelana. O espaço era vizinho ao lugar ocupado pela nigeriana Lateefat Hassan, que também vendia pratos de seu país de origem. O público ainda podia saborear sanduíches sírios de shawarma, provar doces haitianos ou comprar tecidos de estampas africanas com uma estilista da República Democrática do Congo.

Por meio de apresentações musicais e de uma feira de gastronomia, moda e arte, artistas e chefs refugiados puderam compartilhar um pouco dos seus talentos e conhecimentos com os brasileiros. Foto: ACNUR/Luciola Villela
Por meio de apresentações musicais e de uma feira de gastronomia, moda e arte, artistas e chefs refugiados puderam compartilhar um pouco dos seus talentos e conhecimentos com os brasileiros. Foto: ACNUR/Luciola Villela

A estudante Manuela Sobral, que participou da festa, elogiou a iniciativa. “A gastronomia diferenciada é um grande atrativo, e eventos como esse são extremamente importantes como uma forma de conscientização sobre o tema do refúgio e sobre as vivências, necessidades e talentos dos refugiados”, disse.

Um dos grandes momentos da tarde foi a apresentação da banda África Alegria, composta por sete refugiados da República Democrática do Congo e também de Angola. Além de revelar músicos talentosos, o grupo colocou brasileiros e refugiados para dançarem juntos ao som de vários estilos, incluindo a “rumba congolesa”. Após uma hora de show, a banda deixou o palco sob aplausos e pedidos de bis.

O evento no Parque das Ruínas foi realizado pelo Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio (PARES) da Cáritas do Rio de Janeiro, pelo Abraço Cultural — organização não governamental que promove a inserção dos refugiados no mercado de trabalho através do ensino de idiomas —, e pelo Chega Junto, projeto de gastronomia para famílias em situação de refúgio.

“É importante ter esses espaços para alimentar a reflexão sobre o tema do refúgio e promover o encontro entre pessoas, histórias e culturas”, destacou a coordenadora do PARES, Aline Thuller. “Assim ,podemos conhecer outros povos e entender as contribuições que eles nos trazem.”

A festa correu animada até o final da tarde e terminou com um lindo arco-íris enfeitando a vista para o Pão de Açúcar. Na avaliação de Luciara Mota, coordenadora do Chega Junto, o evento não poderia ter sido melhor. “Foi uma grande celebração festiva das trocas positivas que podem acontecer entre culturas, uma grande reunião de paz entre essas diversas culturas aqui integradas”, afirmou.