Gaza: Chefe da ONU parabeniza novo cessar-fogo e pede que sirva como oportunidade para paz duradoura

Palestinos procuram seus pertences nos escombros de Gaza
Palestinos procuram seus pertences nos escobros de Gaza. Estima-se que quase 12 mil residências foram destruídas. Foto: ONU//Shareef Sarhan

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, parabenizou neste domingo (10) o mais novo acordo de cessar-fogo humanitário incondicional de 72 horas anunciado pelo Egito entre israelenses e palestinos, pedindo também a todos os envolvidos no conflito que evitassem medidas capazes de reiniciar o ciclo de violência.

Ban expressou uma “forte esperança de que o acordo dará a ambos os lados, sob a mediação egípcia, uma nova chance de chegar a um cessar-fogo duradouro que beneficie todas as populações civis e que sirva como um primeiro passo para abordar as reivindicações de ambos os povos.”

O novo cessar-fogo começou às 12:01 (horário local) nesta segunda-feira e veio após uma trégua similar de três dias encerrada na última sexta-feira (08). Nesta pausa anterior, a ONU e seus parceiros humanitárias conseguiram restabelecer a distribuição de comida, água e demais suprimentos em Gaza, além de avaliar os danos na região.

Segundo o Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), pelo menos 1.948 palestinos – a maioria, civis – e 67 israelenses foram mortos até a assinatura do novo cessar-fogo. Outras 425 mil pessoas atualmente buscam abrigo com outras famílias, em prédios do governo ou estabelecimentos da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

Custos de reconstrução

O OCHA estima que 11.855 casas em Gaza foram destruídas ou seriamente danificadas por ataques israelenses e outra 36 mil sofreram danos, e repará-las ou reconstruí-las pode custar cerca de 410 milhões de dólares.

O porta-voz da UNRWA, Chris Gunness, disse que a agência está trabalhando com outras organizações da ONU e a Autoridade Palestina em um plano de reconstrução. Entre as necessidades básicas e urgentes estão o conserto e reconstrução de infraestruturada como o sistema de água, esgoto e eletricidade.

“É uma questão urgente. Sem isso as pessoas simplesmente não podem voltar às suas casas”, afirmou, frisando a necessidade de levantar também o bloqueio ao pequeno enclave. “Não podemos reconstruir se nossas mãos estão atadas”, concluiu.