Haiti: operações de ajuda pós-terremoto devem continuar no próximo ano

Um caminhão da Fundação Yéle do Haiti fornece água em um novo acampamento em Croix des Bouquets. Foto: ONU.Apesar das conquistas das agências de ajuda após o terremoto de janeiro, no Haiti, os esforços de socorro devem continuar até 2011, afirmou na última quinta-feira (21) a Subsecretária-Geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Catherine Bragg, que acabou de realizar uma visita de três dias à empobrecida nação caribenha.

O país continua sua reconstrução após o devastador terremoto que matou cerca de 200 mil pessoas e desalojou cerca de 1,3 milhão. Inúmeros edifícios, incluindo as instalações do Governo, hospitais e escolas, também foram destruídos.

Todos os dias, mais de 6 mil m³ de água são entregues a 1,1 milhão de pessoas, e a desnutrição generalizada tem sido evitada, com 4,3 milhões de pessoas tendo recebido complementos alimentares nos últimos 10 meses. Além disso, mais de 1,5 milhão de pessoas receberam abrigos de emergência. Mas muitos ainda estão em péssimas condições.

Durante sua visita, Braga se reuniu com funcionários do Governo, autoridades locais e agentes humanitários de organizações da comissão dos acampamentos, bem como com organizações locais e internacionais não-governamentais (ONGs) e agentes da ONU. Em quatro campos que visitou e em torno do local mais atingido, a capital Porto Príncipe, ela viu em primeira mão as condições de superlotação que os moradores têm que suportar.

Nos campos do Issa Tabarre e do Montpellier, que são frequentemente citados como campos modelo, Bragg viu abrigos transitórios muito melhores, que já estão acomodando 80 mil pessoas em todo o Haiti. Adicionais 15,5 mil estão programados para ser erguidos.

Com muitos haitianos ainda vivendo em condições precárias, não só nos campos, mas nos restos de suas casas destruídas, uma operação de ajuda considerável será necessária até 2011, destacou Bragg, que também enfatizou a necessidade de acelerar os esforços de recuperação precoce. “Só então uma estratégia para a saída dos atores humanitários poderá ser prevista. É por isso que tem que acontecer o mais rapidamente possível, para que as pessoas possam deixar os campos e retornar para suas casas e comunidades.”