Navi Pillay: políticas no Oriente Médio não respeitam os direitos humanos

Em uma coletiva de imprensa durante sua visita a Israel e aos territórios ocupados da Palestina, a Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, disse nesta sexta-feira (11/02) que os direitos humanos e o direito internacional humanitário são constantemente ignorados na região. “Os direitos humanos e o direito internacional humanitário não são negociáveis. Nenhum indivíduo ou Estado que violar estas leis pode se considerar isento”.

A Alta Comissária condenou a impunidade de oficiais e membros das forças de segurança e militar na região, afirmando que a não-responsabilização dos autores das violações leva a maiores abusos contra e entre civis, estimulando a raiva e o ressentimento entre as partes, e impedindo o estabelecimento da paz.

Em relação à Gaza, Pillay pediu a suspensão do bloqueio imposto por Israel na região em 2007, quanto o Hamas havia tomado o poder da área. Ela instou os militantes em Gaza que parem imediatamente com o lançamento de foguetes.
Ainda em Gaza, a Alta Comissária fez um novo o apelo para que o Hamas liberte o jornalista israelense, Gilad Shalit, mantido preso pelo grupo há mais de quatro anos.

Pillay observou que as atividades de assentamento israelenses em territórios ocupados da Palestina infringem o direito internacional e pediu o fim do estabelecimento e da manutenção destes assentamentos, principalmente em Jerusalém Oriental, bem como o fim das ações para forçar palestinos a deixarem a área, algo que a Alta Comissário chamou de “claras provocações às resoluções do Conselho de Segurança”.

“Israelenses e palestinos tem igualmente direito à segurança e aos direitos humanos, nenhum dos quais pode ser alcançado à custa do outro. Estou encorajada pelo fato de que, durante essa visita, todos os meus interlocutores levaram os direitos humanos a sério, e demonstraram preparação para se comprometerem com as questões debatidas”, declarou a Alta Comissária, que teve encontros com o Presidente israelense, Shimon Perez, e com o Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, além de vítimas da violência e defensores dos direitos humanos.