ONU condena violência crescente na Síria

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou neste sábado (23/04) o uso da violência contra manifestantes pacíficos na Síria, e pediu às autoridades do país que parem imediatamente com o banho de sangue e que respeitem os direitos humanos internacionais. De acordo com relatos da mídia, dezenas de pessoas foram mortas na sexta-feira e no sábado, durante protestos por reformas políticas.

Ban enfatizou que devem ser feitas investigações independentes, transparentes e efetivas sobre estas mortes, e lembrou às autoridades sírias sua obrigação de respeitar os direitos humanos, incluindo a liberdade de expressão e a reunião pacífica, bem como a liberdade de imprensa.

Comentando o estado de emergência e o programa de reformas anunciados pelo Presidente, Bashar al-Assad, o Secretário-Geral reafirmou sua convicção de que apenas um diálogo inclusivo e uma implantação efetiva das reformas podem atender as aspirações legítimas da população síria, bem como assegurar a ordem e a paz.

Navi Pillay, Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos HumanosA chefe de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, também pediu enfaticamente que cessem os ataques contra manifestantes na Síria. Ela denunciou a repressão crescente do governo sírio sobre manifestantes pacíficos e apelou para o fim imediato do uso excessivo da força, que se intensificou nos últimos dias.

“A comunidade internacional tem repetidamente instado o governo sírio que pare de assassinar seu próprio povo, mas os nossos pedidos não foram atendidos”, afirmou Pillay, que é Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em um comunicado à imprensa.

“Em vez disso, a resposta do governo tem sido errática, com a contínua repressão violenta de manifestantes. Apenas alguns dias após o anúncio de reformas profundas e importantes, estamos observando o desprezo pela vida humana por parte das forças de segurança sírias. Os assassinatos devem parar imediatamente”.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) disse que recebeu uma lista nomeando 76 pessoas que morreram na sexta-feira, durante as marchas evidentemente pacíficas, mas observou que o número pode ser muito maior.