A Organização das Nações Unidas estuda a implantação de painel científico internacional para investigar a origem da epidemia de cólera no Haiti. “Estamos pedindo a formação de um painel internacional, em discussão com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para encontrar os melhores especialistas para compô-lo, completamente independentes e ter a melhor investigação sobre a origem do surto,” disse o Subsecretário-Geral de Operações de Paz, Alain Le Roy, em conferência de imprensa na sede da ONU (15/12).

O Departamento de Operações de Paz da ONU (DPKO) adicionou mais tarde que o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, está discutindo com parceiros interessados, incluindo a OMS, e que o painel será completamente independente e terá acesso irrestrito a todas as instalações e funcionários da ONU. Os termos de referência específicos serão estabelecidos nos próximos dias e o Secretário-Geral deve ter mais a dizer sobre o assunto nesta sexta-feira (17/12).

Desde o início da epidemia, em outubro, mais de duas mil pessoas morreram de cólera. Foram difundidos relatos midiáticos afirmando que pacificadores da ONU vindos do Nepal poderiam ter sido a fonte da doença. Le Roy diz que especialistas que estudaram a epidemia ainda não chegaram a um consenso sobre a origem do surto. Ele adicionou que nenhum dos pacificadores nepaleses foi diagnosticado com a doença e que sucessivas análises da água de seu acampamento não detectaram o agente causador da doença.

Sobre a controvérsia acerca dos resultados provisórios das eleições gerais no Haiti, Le Roy reiterou a necessidade de todos os candidatos utilizarem os meios legais para enviar reclamações, evitando mais violência. Os candidatos tiveram até quatro da tarde de quarta-feira (15/12) para apresentar seus comentários.

A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH) está presente no país desde meados de 2004, após o exílio do então Presidente Jean-Bertrand Aristide, em meio a violentos protestos.