ONU pede mais investimentos em educação para a paz

Comemoração do Dia Internacional da Paz em Nova York. Foto: ONU/Amanda Voisard
Comemoração do Dia Internacional da Paz em Nova York. Foto: ONU/Amanda Voisard

A educação é vital para a construção de sociedades pacíficas e para a promoção da cidadania global, disseram neste sábado (21) funcionários das Nações Unidas, marcando o Dia Internacional da Paz. Eles pediram mais investimentos na educação de qualidade e a inversão das tendências que mostram que o apoio para as escolas e para os professores caiu pela primeira vez em uma década.

“Neste Dia Internacional da Paz, comprometamo-nos a ensinar às nossas crianças o valor da tolerância e do respeito mútuo”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua mensagem para o dia.

“Vamos investir nas escolas e nos professores que vão construir um mundo justo e inclusivo, que abrace a diversidade. Vamos lutar pela paz e defendê-la de todas as formas”, observou Ban Ki-moon, destacando o tema deste ano, ‘Educação para a Paz’.

Ele lembrou as palavras em Malala Yousafzai – a estudante paquistanesa que foi atacada pelo grupo fundamentalista Talibã por fazer campanha pelo direito à educação – durante sua visita à sede da ONU em Nova York em junho: “Um professor, um livro, uma caneta podem mudar o mundo”.

Ban Ki-moon apelou para uma “liderança política firme e um maior compromisso financeiro” que possa reverter o declínio do investimento na educação, pedindo novas parcerias para alcançar as crianças mais pobres e marginalizadas.

Para acelerar o progresso na universalização da educação, Ban Ki-moon lançou no ano passado a “Iniciativa Educação Global em Primeiro Lugar”, liderada pela UNESCO.

Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon toca o Sino da Paz na tradicional observação do Dia Internacional da Paz. Foto: ONU/Paulo Filgueiras
Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon toca o Sino da Paz na tradicional observação do Dia Internacional da Paz. Foto: ONU/Paulo Filgueiras

Atualmente, 57 milhões de crianças não têm acesso à educação, com outras milhões precisando de melhor escolaridade para além da simples leitura e escrita.

A educação deve abranger o ensino dos direitos humanos, da convivência e do respeito pelos outros, disse Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO.

“Toda criança no mundo deve conhecer os seus direitos e aprender a sua própria história e de outros povos, de modo a ser capaz de compreender a dignidade de todas as culturas e tirar lições dos crimes e da violência do passado”, disse Bokova em sua mensagem para o dia.

Neste ano, a sede da ONU em Nova York marcou o Dia Internacional da Paz em 18 de setembro, com o toque do Sino da Paz no Jardim Rose.

Presente do Japão, o Sino da Paz é tocado todos os anos em uma chamada solene pela paz, desde 1981, quando a Assembleia Geral estabeleceu o dia para coincidir com a abertura do seu debate anual em setembro. O debate geral de alto nível, aberto tradicionalmente pelo Brasil, começa nesta terça-feira (21).

Na cerimônia, o presidente da 68o sessão da Assembleia Geral, John Ashe, destacou a importância da educação como um “caminho para o crescimento e desenvolvimento”. Ele acrescentou que a educação que ensina o valor da paz é uma forma preventiva fundamental de reduzir a guerra e conflito.

Após o toque do sino, cerca de 500 estudantes do ensino médio e universitário, incluindo refugiados de todo o mundo, conversaram sobre o tema deste ano através de vídeo-conferência com jovens parlamentares na Missão de Assistência das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH). Enviado de Ban Ki-moon para a Juventude, Ahmad Alhendawi, e o representante da Juventude na Comissão de Coordenação da Iniciativa Educação Global em Primeiro Lugar, Chernor Bah, também participaram.

O Dia Internacional da Paz foi criado pela Assembleia Geral da ONU em 1981 como uma oportunidade para as pessoas promoverem em todo o mundo a resolução de conflitos e para a observação do cessar-fogo e das hostilidades.

Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL) marca o Dia Internacional da Paz com uma cerimônia em sua sede em Naquora. Foto: ONU/UNIFIL
Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL) marca o Dia Internacional da Paz com uma cerimônia em sua sede em Naquora. Foto: ONU/UNIFIL

O especialista independente das Nações Unidas sobre a promoção de uma ordem internacional democrática e equitativa, Alfred de Zayas, pediu à Assembleia Geral da ONU também neste sábado que adote um papel mais decisivo na tomada de paz e na manutenção da paz.

“A ONU é a melhor esperança para poupar a humanidade da barbárie da guerra, da morte sem sentido, da destruição e do deslocamento consequente dela”, disse Zayas em um comunicado à imprensa.

“É tempo para a Assembleia Geral da ONU, como o órgão mais representativo do mundo, expressar a rejeição à guerra e ao belicismo”, destacou, apelando aos governos para resolver as disputas por meios pacíficos e negociar de boa fé, e em acordo com a Carta das Nações Unidas.

O especialista, que se reporta ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, também pediu o fim do “apoio bélico irresponsável da mídia sensacionalista que, em vez de discutir as possibilidades de acordos negociados, prefere bater os tambores da guerra e manipular a opinião pública, com o objetivo de fazer a intervenção armada possível e socialmente aceitável”.

O Dia Internacional da Paz está sendo marcado em missões de paz e políticas da ONU em todo o mundo, incluindo o Líbano, a República Democrática do Congo e o Haiti.

2 pensou em “ONU pede mais investimentos em educação para a paz

  1. Que sempre possa prevalecer o bom senso para que a meta (Paz) seja alcancada. Acho que a prioridade no momento eh a assistencia imediata para as criancas sirias. Mante-las vivas e em seguranca. Como seria a adocao de criancas sirias por parte de casais que se encontram na fila de espera por adocao de criancas? Sera que algumas fundacoes particulares nao poderiam ajudar pelo menos nesse primeiro momento?

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