ONU saúda retirada de grupo armado M23 de Goma

Forças de paz da ONU em patrulha em Goma, República Democrática do Congo (RDC). Foto: MONUSCOA Organização das Nações Unidas parabenizou a retirada do grupo armado Movimento 23 de março (M23) de Goma, capital da província de Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDC), e pediu também que a estabilidade seja mantida, a fim de permitir que a ajuda humanitária chegue a quem precisa.

“Congratulamos esta retirada, mas sublinhamos que este é um passo inicial e que a estabilidade na região permanece muito frágil”, afirmou o Porta-Voz do Departamento de Operações de Manutenção da Paz (DPKO), Kieran Dwyer.

“É fundamental que o M23 cumpra com os termos do comunicado da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) que os restringe a uma zona de 20 km ao redor de Goma e que deixe toda a atividade militar, enquanto uma solução de longa duração continua a ser trabalhada”, acrescentou, fazendo referência a um comunicado emitido em 25 de novembro por chefes de Estados africanos reunidos na capital de Uganda, Kampala.

A cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, tinha sido ocupada na semana passada por combatentes do M23 – um grupo rebelde composto por soldados que se amotinaram do exército nacional da RDC em abril. O avanço do grupo provocou reações de toda comunidade internacional, inclusive do Secretário-Geral da ONU e do Conselho de Segurança, além de fazer com que 140 mil pessoas se deslocassem internamente durante a última semana em meio a relatos de execuções sumárias, recrutamento de crianças, casos não confirmados de violência sexual e outras graves violações dos direitos humanos.

A Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na RDC (MONUSCO), que conta com mais de 10 mil capacetes azuis nas províncias de Kivu do Norte e do Sul e 1.500 só em Goma, foi responsável por monitorar a retirada do M23 da cidade, que aconteceu, em grande parte, de forma ordenada. Além disso, durante todo o sábado, soldados da ONU escoltaram um efetivo de mil membros da polícia nacional da RDC, que chega a Goma para manter a segurança local.

A prioridade da ONU neste momento é levar ajuda humanitária aos congoleses afetados pelo conflito, que se juntam às 2,4 milhões de pessoas já deslocadas pela crise humanitária no interior do país.