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Indústria criativa impulsiona o desenvolvimento, afirma novo relatório da ONU

O comércio de bens e serviços criativos permaneceu robusto, apesar do declínio do comércio global após a crise financeira mundial, refletindo o potencial da economia criativa para impulsionar o crescimento econômico, particularmente nos países em desenvolvimento, segundo relatório das Nações Unidas. O comércio mundial de serviços e produtos da criatividade continuou registrando um crescimento médio anual de 14%, mesmo com queda do comércio mundial em 12%, em 2008, de acordo com o “Relatório Economia Criativa 2010: uma opção viável de desenvolvimento”, lançado na sede da ONU em Nova York.

As exportações mundiais de bens e serviços criativos mais que dobrou de 2002 a 2008, atingindo quase 600 bilhões de dólares, afirma a publicação. “Esta é uma confirmação de que as indústrias criativas possuem um grande potencial para o desenvolvimento de países que buscam diversificar suas economias e adentrar um dos setores mais dinâmicos da economia mundial,” diz o relatório, salientando que a exportação de bens criativos dos países em desenvolvimento para o mundo representou 43% do comércio total de indústrias criativas, com uma taxa de crescimento anual de 13,5%, durante o período.

“O relatório mostra que, se bem-nutrida, juntamente com setores tradicionais, a economia criativa pode ser uma fonte de crescimento, criação de empregos, inovação e comércio, enquanto, ao mesmo tempo, contribui para a inclusão social, a diversidade cultural e o desenvolvimento humano sustentável,” disse a Administradora Adjunta do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Rebeca Grynspan, durante o lançamento do mesmo.

A publicação cita, como exemplo, o caso da Nigéria, país cuja indústria cinematográfica é a terceira maior do mundo, depois dos Estados Unidos e da Índia, produzindo mais de mil filmes por ano, criando milhares de empregos e representando a segunda mais importante indústria do país, depois do petróleo. Como resultado, o Governo tem investido na indústria cinematográfica, reformando políticas e proporcionado formação para promover a produção e distribuição de filmes.

“Novas tecnologias e a Internet, nos países em desenvolvimento, dão uma opção viável para promover sua criatividade e empreendedorismo no mercado global,” disse a Chefe do Programa de Economia e Indústrias Criativas da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), Edna dos Santos-Duisenberg. Falando em nome da Presidência do Comitê de Alto Nível sobre Cooperação Sul-Sul da Assembleia-Geral, Josephine Ojiambo descreveu a economia criativa como uma “solução dinâmica para algumas das questões mais cruciais que o mundo enfrenta hoje”, citando o fortalecimento das mulheres, a criação de oportunidades para as gerações mais jovens, a redução de conflitos e a promoção de um desenvolvimento inclusivo.

O relatório foi preparado pela UNCTAD e pelo PNUD e apresenta mais de 40 exemplos concretos, que vão desde a indústria da moda na África e na Ásia, até novelas no México e no Brasil, a indústria cinematográfica na Índia, o reggae na Jamaica e o carnaval no Brasil e no Caribe.

Leia a entrevista que Edna dos Santos-Duisenberg deu a Rádio ONU em Nova York clicando aqui.

Relatório das Nações Unidas aponta para estagnação da economia global no próximo ano

Rob Vos, Diretor do DESA O relatório da ONU, intitulado Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2011 (WESP), divulgado ontem (1/12) projeta um cenário da economia global para o próximo ano, cujo crescimento deve ser de apenas 3,1%, seguidos por 3,5% em 2012 – taxas insuficientes para dar continuidade à recuperação dos empregos que decaíram com a crise econômica.

A queda na oferta de empregos continua a amortecer a recuperação econômica, afirma o relatório preparado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (DESA), pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e pelas cinco comissões econômicas da ONU.

De acordo com o relatório, divulgado em Nova York, ao menos 30 milhões de empregos foram perdidos no mundo todo entre 2007 e o fim de 2009, como resultado da crise econômica financeira. O documento acrescenta que os esforços dos governos para embarcar na austeridade fiscal diminuem as perspectivas de uma recuperação mais rápida da oferta de empregos.

Entre os sérios riscos à economia global inclui-se o fraco espírito de cooperação entre as grandes economias, que diminui a eficácia das medidas em resposta à crise. Outro risco são as medidas econômicas não-coordenadas, que têm se tornado fontes de incertezas e turbulências no mercado financeiro.

A pesquisa divulgada aponta que os países em desenvolvimento, que têm conduzido a recuperação global, devem continuar crescendo, mas em um ritmo reduzido para 6% entre 2011 – 2012, abaixo dos 7% alcançados em 2010. A baixa no crescimento é consequência da desaceleração dos países desenvolvidos e da adoção de medidas de estímulos pelos mesmos.

Algumas sugestões do relatório para uma possível recuperação incluem uma redefinição dos estímulos e de outras políticas econômicas, para dar uma orientação mais forte à medidas que estimulem diretamente o aumento da oferta de empregos, reduzam a desigualdade econômica e fortaleçam a capacidade de produção da oferta. Outros pontos sugerem o desenvolvimento sustentável e estável de finanças para países em desenvolvimento, e a busca por uma coordenação de políticas efetiva entre as principais economias.

Para mais informações sobre o assunto, em inglês, acesse http://www.un.org/news

Relatório encoraja mudanças no apoio aos países menos desenvolvidos

O Relatório sobre os Países Menos Desenvolvidos 2010, elaborado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) revelou ontem (25/11) que as medidas de apoio internacional aos Países Menos Desenvolvidos (PMD) falharam na tarefa de acelerar seu crescimento e desenvolver as mudanças necessárias ajudar os Estados mais pobres. O Relatório avalia também o desenvolvimento dos PMD na última década, e avalia a melhor forma para a comunidade internacional ajudar os países mais vulneráveis.

“As atuais medidas de apoio internacional aos Países Menos Desenvolvidos não foram suficientes para acelerar o crescimento e o desenvolvimento”, afirmou o Alto Representante da ONU para os Países Menos Desenvolvidos, Países em Desenvolvimento sem Litoral e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, Cheick Sidi Diarra. O Coordenador Especial da UNCTAD sobre os PMD, Charles Gore, concorda com Diarra. Segundo ele, apesar dos PMD terem aumentado seus níveis de crescimento econômico e de resistência à recessão global de 2009, ainda há muitos problemas.

O Relatório avalia as medidas de apoio específico aos PMD ao longo da última década, concluindo que o atual conjunto de metas não funcionou: “As medidas de auxílio internacional vigentes tiveram mais um efeito simbólico do que prático para efeitos do desenvolvimento”, disse Gore, acrescentando que os objetivos da ajuda não foram cumpridos e que o auxílio permanece preso a especificidades.

Diarra também destacou os desafios que os PMD terão de enfrentar no futuro, especificamente os climáticos. “Muitos já estão sofrendo o impacto negativo das mudanças climáticas e, portanto, requerem uma injeção de novos fundos e tecnologias para lidar com isso”, apontou.
Em um desenvolvimento relacionado, a 14 ª Conferência sobre Recursos Naturais Africanos, organizada pela UNCTAD, terminou hoje em São Tomé e Príncipe, com uma resolução recomendando que uma força-tarefa seja criada pelos governos africanos “para trabalhar sobre os métodos e critérios de avaliação do conteúdo local na área de recursos naturais”.

As discussões durante a Conferência e Exibição da UNCTAD sobre Petróleo, Gás e Minérios, Comércio e Finanças salientaram que devem ser tomadas medidas para diminuir a natureza de “enclave” na extração de recursos naturais nos países do continente. Em vez disso, os participantes disseram que precisam ser estabelecidas ligações entre as economias nacionais e as operações – muitas vezes executadas e concebidas por estrangeiros – que esgotam esses recursos.

ONU destaca a importância do setor das TIC na criação de oportunidades para os pobres

Serviços e bens associados a informação e comunicação (TIC) estão criando oportunidades para os menos favorecidos, mas tais fontes de renda são distribuídas desigualmente e nem sempre são sustentáveis, disse a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) em um novo relatório, ontem (14).

Para reforçar os serviços emergentes baseados nas TIC, a agência estimula os formuladores de política nos países em desenvolvimento a tornar o setor das TIC, intitulado Economia de Informação, um componente mais importante em suas estratégias de redução da pobreza.

De acordo com o relatório, a fabricação de equipamentos de TIC apresenta um quadro irregular, no qual apenas alguns países de baixa renda estão amplamente envolvidos. O relatório pede mais estudos sobre os efeitos da produção de telefones celulares, computadores e equipamentos relacionados, para avaliar as vantagens e desvantagens geradas.

O relatório assinala que extensos serviços “offshoring”, tais como programação, tarefas administrativas e processos, postos de trabalho baseados em redes globais de TIC, são ainda limitados aos poucos países em desenvolvimento, e tendem a empregar trabalhadores altamente qualificados. No entanto, várias empresas socialmente conscientes tiveram recentemente algum sucesso na expansão dos serviços de TIC às comunidades rurais, na Índia, por exemplo, resultando em novas oportunidades de geração de renda para algumas pessoas pobres nas áreas rurais. Ele recomenda que os governos considerem políticas que possam incentivar esta tendência.

O relatório também revela que microempresas relacionadas às TIC estão se espalhando rapidamente em muitos países de baixa renda devido às barreiras comerciais relativamente baixas e poderem oferecer empregos às populações com pouca instrução e recursos, pois os custos e as habilidades necessárias são muitas vezes modestos. Tais oportunidades de emprego incluem renovação de celulares, reparo de computadores pessoais e cibercafés.

No entanto, a UNCTAD também salienta que as microempresas de TIC operam normalmente num setor volátil e arriscado, com retornos sobre investimento frequentemente baixos. Além disso, as oportunidades destas microempresas sobreviverem e crescerem são maiores em ambientes urbanos, onde é mais fácil estabelecer relações essenciais com outras empresas, tanto formais como informais. A possibilidade de criação de emprego em longo prazo em torno de tais atividades em áreas rurais parece ser mais limitado.

Coletiva de imprensa: Lançamento do Relatório sobre Comércio e Desenvolvimento 2010

Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)Na terça-feira, dia 14 de setembro, será lançado o Relatório sobre Comércio e Desenvolvimento 2010, publicação da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) que este ano foca sua análise em questões ligadas ao emprego, à globalização e ao desenvolvimento.

O lançamento no Brasil será feito através de uma coletiva de imprensa no Escritório no Brasil da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) localizado Edifício BNDES, 17º andar, em Brasília, DF. A coletiva será às 14h00 horas.

Solicitamos aos jornalistas que quiserem participar da coletiva de imprensa que confirmem sua participação com Pulcheria Graziani, através dos telefones (61) 3321-3232/5494, ramais 716/717, ou (61) 9976-8030.

Serviço

Coletiva de Imprensa
Lançamento do Relatório sobre Comércio e Desenvolvimento 2010
Dia e horário: 14/09/2010 – 14h00
Local: CEPAL
Endereço: SBS – Edifício BNDES, 17º andar – Brasília – DF
Confirmar presença: (61) 3321-3232/5494, ramais 716/717 ou (61) 9976-8030