Países insulares participam de fórum no México sobre redução de riscos de desastres

Ilhas Rabi, Fiji. A elevação do nível dos oceanos e as mudanças climáticas são ameaças à existência das ilhas do Pacífico. Foto: OCHA/Danielle Parry
Ilhas Rabi, Fiji. A elevação do nível dos oceanos e as mudanças climáticas são ameaças à existência das ilhas do Pacífico. Foto: OCHA/Danielle Parry

Furacões, ciclones e tsunamis são ameaças cada vez mais comuns aos países insulares vulneráveis às mudanças climáticas. Representantes dessas nações reúnem-se nesta segunda-feira (22) em Cancún, no México, antes de uma importante conferência das Nações Unidas sobre redução de riscos.

Discursando diante de dezenas de delegados de pequenos Estados insulares, Robert Glasser, representante especial do secretário-geral da ONU para a redução dos riscos de desastres, disse que esses países estão focados na prevenção, resiliência e recuperação de desastres recentes.

Segundo ele, desastres em pequenas ilhas afetam toda a população, minando os esforços para erradicar a pobreza e construir cidades e comunidades resilientes.

“Se um alto percentual da população é afetada, ferida ou morta, isso pode ter consequências duradouras para a recuperação e para o desenvolvimento e a atividade econômica”, disse Glasser no domingo (21), enquanto os países insulares reuniram-se no primeiro dos três dias de discussões.

As conversas estão sendo realizadas antes das sessões formais da Plataforma Global para a Redução de Riscos de Desastres, cujas reuniões preparatórias começam nesta segunda-feira (22) e as sessões formais na quarta-feira (24).

Realizada a cada dois anos desde o tsunami no Oceano Índico de 2004 e tendo como objetivo discutir a redução de riscos de desastres, a Plataforma Global 2017 — o quinto evento do tipo até o momento — deve reunir mais de 5 mil chefes de Estado, autoridades, gestores de risco, membros da sociedade civil e outros participantes.

Esta será a primeira cúpula internacional sobre desastres desde as Diretrizes de Sendai, adotadas em 2015 na cidade japonesa de mesmo nome, e se consiste em sete metas e quatro prioridades de ação que têm como objetivo uma redução substancial do risco de desastres e perdas de vidas.

No ano passado, 445 milhões de pessoas foram afetadas por desastres ligados a perigos naturais no mundo, incluindo enchentes, tempestades, terremotos e secas; 8 mil pessoas morreram e as perdas econômicas foram estimadas em quase 140 bilhões de dólares.

O Banco Mundial estima que o custo real dos desastres para a economia global seja de 520 bilhões de dólares por ano, e que eles empurram 24 milhões de pessoas para a pobreza anualmente.

Em suas declarações de abertura, Glasser cumprimentou os países insulares pelo enfrentamento desses desafios e por adotar papel de liderança na ação integrada para a redução dos riscos de desastres, em uma era em que eventos climáticos extremos aumentaram dramaticamente e impulsionaram 90% de todos os desastres naturais.