Pillay se diz “chocada” com relatos de invasões de hospitais por forças armadas no Barein

A Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, demonstrou nesta quinta-feira (17/03) preocupação com o aumento da violência pelas forças armadas do Barein, principalmente diante dos relatos da tomada de hospitais e centros de saúde no país. Em um comunicado à imprensa, ela chamou os atos de “conduta chocante e ilegal”, e instou a polícia e as forças armadas a deixarem os estabelecimentos médicos e cessarem a prisão e a intimidação dos profissionais de saúde.

Pillay afirmou que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) recebeu relatos de que a eletricidade do principal hospital na capital, Manama, foi cortada na quarta-feira, e que funcionários da segurança estavam atacando fisicamente médicos, e impedindo a entrada e a saída de pacientes e funcionários. Os médicos no Barein disseram aos funcionários do ACNUDH que pacientes em estado grave podem morrer caso a energia não seja restabelecida rapidamente.

Ela demonstrou preocupação com a declaração do Rei do Barein, que nesta terça-feira, decretou um estado de emergência de três meses. “Como integrante do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP), o Barein deve estar ciente de suas obrigações. Um estado de emergência não é justificativa para a privação arbitrária dos direitos humanos, nem os meios de sobrevivência.”

“Peço ao Governo que não use a força contra manifestantes desarmados, que facilite o tratamento médico aos feridos, que desarme grupos de extermínio”, declarou Pillay. “Peço também que manifestantes e Governo se comprometam com um diálogo imediato para reformas profundas e para o fim da violência”, completou.