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Aumento da violência no Iêmen, Barein e Síria preocupa

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) demonstrou nesta terça-feira (22/03) preocupação com os recentes relatos de violência no Iêmen, no Barein e na Síria, que incluem o uso excessivo de força e o assassinato de manifestantes pelas forças aliadas dos governos. Em uma entrevista coletiva em Genebra (Suíça), o porta-voz do ACNUDH, Rupert Colville, comentou a situação nos três países.

Falando sobre o Iêmen, que está sob estado de emergência e onde têm ocorrido conflitos armados, Colville afirmou que “todas as violações aos direitos humanos devem ser investigadas” e lembrou ao Governo que direitos fundamentais, como o direito à vida, não podem ser negligenciados em nenhuma circunstância, mesmo em situações de emergência pública.

Sobre o Barein, o porta-voz declarou que a situação é “muito preocupante”, observando que entre 50 e 100 pessoas foram dadas como desaparecidas na última semana. Duas delas foram encontradas mortas. Há também relatos de que pessoas que deram depoimentos à imprensa foram detidas e ameaçadas. Entre os presos estão ativistas políticos, defensores de direitos humanos, bem como médicos e enfermeiras.

O ACNUDH também está preocupado com assassinatos de manifestantes na Síria, e reiterou a necessidade de acabar imediatamente com o uso excessivo da força contra manifestantes pacíficos. “O uso excessivo da força constitui uma violação clara ao direito internacional, que responsabiliza os autores dos crimes pelas violações cometidas”, completou Colville.

Pillay se diz “chocada” com relatos de invasões de hospitais por forças armadas no Barein

A Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, demonstrou nesta quinta-feira (17/03) preocupação com o aumento da violência pelas forças armadas do Barein, principalmente diante dos relatos da tomada de hospitais e centros de saúde no país. Em um comunicado à imprensa, ela chamou os atos de “conduta chocante e ilegal”, e instou a polícia e as forças armadas a deixarem os estabelecimentos médicos e cessarem a prisão e a intimidação dos profissionais de saúde.

Pillay afirmou que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) recebeu relatos de que a eletricidade do principal hospital na capital, Manama, foi cortada na quarta-feira, e que funcionários da segurança estavam atacando fisicamente médicos, e impedindo a entrada e a saída de pacientes e funcionários. Os médicos no Barein disseram aos funcionários do ACNUDH que pacientes em estado grave podem morrer caso a energia não seja restabelecida rapidamente.

Ela demonstrou preocupação com a declaração do Rei do Barein, que nesta terça-feira, decretou um estado de emergência de três meses. “Como integrante do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP), o Barein deve estar ciente de suas obrigações. Um estado de emergência não é justificativa para a privação arbitrária dos direitos humanos, nem os meios de sobrevivência.”

“Peço ao Governo que não use a força contra manifestantes desarmados, que facilite o tratamento médico aos feridos, que desarme grupos de extermínio”, declarou Pillay. “Peço também que manifestantes e Governo se comprometam com um diálogo imediato para reformas profundas e para o fim da violência”, completou.