Rápido progresso em nova conversa entre Israel e Palestina

A gasolina é vendida em garrafas, muitas vezes por causa das restrições sobre importações para a Faixa de Gaza, imposta por Israel desde 2007. Foto: UN.À medida que novas negociações indiretas de paz entre Israel e palestinos tomam rumo, um alto representante da ONU avisou esta semana que o rápido progresso é vital em meio a múltiplas mudanças, inclusive esforços de militantes de ambos os lados para fazer avançar o diálogo.

O Coordenador Especial para o Processo de Paz no Oriente Médio, Robert Serry, disse ao Conselho de Segurança que estamos entrando numa nova etapa nos esforços para a paz israelo-palestino em um comunicado mensal regular sobre a crise, em que repetiu pedidos para Israel acabar com o bloqueio de Gaza e pediu aos doadores internacionais para compensar as profundas deficiências em ambos os orçamentos, o palestino e o das Nações Unidas. “Mas temos que perceber que não temos o luxo do tempo”, declarou.

Serry também falou que há desconfiança e ceticismo entre ambos os povos. Seus líderes encaram múltiplos desafios. Há elementos poderosos que buscarão retardar o progresso e inclusive, por conta disso, as negociações devem abordar as questões fundamentais e não podem estagnar. Ele pediu ações positivas na região, inclusive os focos de Gaza e Jerusalém.

Na Faixa de Gaza, a ONU pretende ser um catalisador para uma nova estratégia, notando uma certa redução na restrição israelense e um aumento na importação autorizada, mas alerta que é preciso muito mais. O funcionário da ONU citou a necessidade urgente de água, saneamento, construção de serviços de saúde e educação e restabelecimento das condições de mercado. Além disso, condenou cinco recentes execuções extrajudiciais por parte de Hamas, pedindo um fim da prática.

Quanto à situação financeira, Serry pediu um maior apoio para a Autoridade Palestina, que só recebeu até então 380 milhões de dólares dos 1,24 bilhão de dólares necessários para 2010. Nesse meio tempo, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), que cuida de 4 milhões de refugiados palestinos no Oriente Médio, também enfrenta um déficit de 90 milhões de dólares, uma crise financeira que ameaça a sustentabilidade das operações essenciais. “Exorto todos que puderem ajudar, particularmente os países da região, a prestar apoio adicional à UNRWA este ano”, disse Serry.