Resposta aos acidentes nucleares precisa melhorar, diz AIEA

A resposta internacional para lidar com acidentes em usinas nucleares deve ser reavaliada e as comunicações devem ser melhoradas em função da atual crise no Japão, declarou nesta segunda-feira (21/03) o Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, numa reunião de emergência do Conselho de Governadores, em Viena (Áustria).

Voltando de uma visita ao Japão, Amano disse que o atual quadro de resposta de emergência reflete a realidade dos anos 80, e não do século XXI. “A responsabilidade da AIEA é fornecer informações válidas e confiáveis o mais rápido possível, mas fazer isto sob as atuais circunstâncias inevitavelmente leva tempo e tem limitações.” Ele lembrou que o papel da agência na segurança nuclear talvez tenha de ser reavaliado, bem como os padrões de segurança.

Comentando a situação de Fukushima, onde os altos níveis de contaminação medidos nas proximidades da usina têm preocupado os japoneses e países vizinhos, Amano disse que “a Agência está fazendo o possível para prover informação precisa e factual” e disse estar confiante de que o Governo japonês vai encaminhar de maneira apropriada as preocupações públicas.

O Diretor Geral observou que seu Centro de Emergência foi ativado imediatamente após o terremoto e o tsunami que atingiram o Japão no último dia 11, e que tem trabalhado em constante comunicação com seus congêneres no Japão e em outros países. Ele ressaltou, no entanto, que a responsabilidade pela segurança nuclear não é da AIEA, mas dos Estados-Membros.

Durante sua viagem, Amano disse ter garantido ao Primeiro-Ministro japonês, Naoto Kan, que o país pode contar com o total apoio da comunidade internacional, tanto em questões práticas como morais, para superar a grave situação. Ele também pediu às autoridades japonesas para que melhorem a provisão de informações para a AIEA.