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Relatório traz informações sobre contaminação de alimentos no Japão

Em um documento conjunto, lançado hoje (23/03) para responder a “algumas das crescentes preocupações internacionais sobre a segurança dos alimentos produzidos no Japão”, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmaram que, apesar de haver indícios de contaminação de alguns alimentos produzidos no Japão, não há relatos de contaminação destes alimentos em outros países.

De acordo com as agências, a radioatividade da usina nuclear Fukushima Daiichi, atingida pelo recente terremoto e tsunami, foi detectada em alguns vegetais e no leite, com nível de iodo radioativo acima dos limites regulamentados do país, e com menores concentrações de césio.

Se ingerido, o iodo radioativo pode se acumular no corpo, aumentando o risco de câncer na tireóide, especialmente em crianças. Tomar iodeto de potássio é um método usado para prevenir o acúmulo de iodo radioativo na tireóide. A ingestão de alimentos contaminados com césio radioativo também pode ter efeitos danosos à saúde. Ele pode ficar retido no ambiente por muitos anos, apresentando um risco para a produção de alimentos, e ameaçando a saúde humana. “A situação tem de ser cuidadosamente monitorada”, disseram as agências.

Entre os conselhos dados aos consumidores e produtores de alimento estão a proteção de alimentos e animais que ficam a céu aberto através do uso de lonas de plástico impermeáveis; o fechamento da ventilação em estufas e realização da colheita de culturas antes de serem registradas precipitações. As agências também recomendaram às pessoas que evitem o consumo de leite, vegetais e peixes nas áreas mais atingidas pela contaminação.

Japão: apesar de melhorias, AIEA afirma que situação ainda é delicada

O Assessor Especial para Assuntos Científicos e Técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Graham Andrew, relatou nesta terça-feira (22/03) que houve “alguma melhora” na crise das usinas nucleares no Japão, mas alertou que a situação geral continua preocupante. Ele alegou ainda que a Agência não recebeu informações sobre certos aspectos cruciais.

Segundo Andrew, altos níveis de contaminação foram encontrados na proximidade da usina de Fukushima Daiichi, e a AIEA continua recebendo dados sobre altos níveis de radiação em alimentos, principalmente espinafre, em amostras colhidas em cinco cidades ao sul de Fukushima. De acordo com o Assessor Especial, isto indicaria que em algumas províncias o nível de radiação nos alimentos está acima do permitido.

Uma equipe de monitoramento da AIEA tomou medidas em locais a 35 e 69 quilômetros da usina, e planeja ter mais duas equipes em atividade nos próximos dias, uma na região de Fukushima e outra em Tóquio e seus arredores.

Sobre os reatores da usina, danificados pelo recente terremoto e pelo tsunami que atingiram o país, houve uma evolução positiva nos reatores cinco e seis da usina, que já estavam resfriados, declarou Andrew.

Resposta aos acidentes nucleares precisa melhorar, diz AIEA

A resposta internacional para lidar com acidentes em usinas nucleares deve ser reavaliada e as comunicações devem ser melhoradas em função da atual crise no Japão, declarou nesta segunda-feira (21/03) o Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, numa reunião de emergência do Conselho de Governadores, em Viena (Áustria).

Voltando de uma visita ao Japão, Amano disse que o atual quadro de resposta de emergência reflete a realidade dos anos 80, e não do século XXI. “A responsabilidade da AIEA é fornecer informações válidas e confiáveis o mais rápido possível, mas fazer isto sob as atuais circunstâncias inevitavelmente leva tempo e tem limitações.” Ele lembrou que o papel da agência na segurança nuclear talvez tenha de ser reavaliado, bem como os padrões de segurança.

Comentando a situação de Fukushima, onde os altos níveis de contaminação medidos nas proximidades da usina têm preocupado os japoneses e países vizinhos, Amano disse que “a Agência está fazendo o possível para prover informação precisa e factual” e disse estar confiante de que o Governo japonês vai encaminhar de maneira apropriada as preocupações públicas.

O Diretor Geral observou que seu Centro de Emergência foi ativado imediatamente após o terremoto e o tsunami que atingiram o Japão no último dia 11, e que tem trabalhado em constante comunicação com seus congêneres no Japão e em outros países. Ele ressaltou, no entanto, que a responsabilidade pela segurança nuclear não é da AIEA, mas dos Estados-Membros.

Durante sua viagem, Amano disse ter garantido ao Primeiro-Ministro japonês, Naoto Kan, que o país pode contar com o total apoio da comunidade internacional, tanto em questões práticas como morais, para superar a grave situação. Ele também pediu às autoridades japonesas para que melhorem a provisão de informações para a AIEA.

ONU se mobiliza e leva assistência ao Japão

Agências das Nações Unidas estão acelerando o ritmo da assistência ao Japão, para ajudar o país a lidar com o desastre causado pelo devastador terremoto da semana passada.

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) já enviou equipamentos de emergência a áreas afetadas pelo tsunami, observando que reestabelecimento das comunicações é uma “ferramenta fundamental” para assegurar o suporte adequado às vítimas e os esforços de resgate e reabilitação após um desastre no qual mais de cinco mil pessoas morreram, cerca de nove mil estão desaparecidas e vastas áreas da costa e infraestrutura foram esmagados por enormes ondas.

Na área tecnológica, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estuda o que mais pode oferecer aos afetados pelo desastre nuclear da usina de Fukushima Daiichi. Enquanto isso, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), que ativou seu mecanismo de resposta de emergência ambiental, acompanha a direção dos ventos e o caminho potencial de qualquer nuvem radioativa da usina.

Quanto ao alívio imediato para os milhares de sobreviventes que já passaram seis noites no frio, muitos sem aquecimento, água ou saneamento, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) está enviando especialistas em logística e distribuição de recursos para facilitar a circulação rápida dos suprimentos necessários.

Um contingente constituído por uma equipe da Divisão das Nações Unidas para Coordenação e Avaliação de Desastres (UNDAC) e outra da Equipe de Resposta e Assistência a Desastres dos Estados Unidos partiu hoje de Tóquio, em helicópteros militares dos EUA, para uma avaliação local das áreas atingidas. Após avaliação na cidade de Oarai, a equipe tentou voar para Sendai, a maior cidade da área atingida pelo tsunami, mas o mau tempo nas montanhas impediu que os helicópteros prosseguissem, obrigando a equipe a voltar para Tóquio.

AIEA envia técnicos nucleares para ajudar Japão após explosões em usina

Yukiya AmanoEquipe de monitoramento ambiental vai ajudar japoneses a responder ao derretimento parcial de reatores na central de Fukushima após terremotos; imperador diz, em rede nacional, que está ‘profundamente preocupado’.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, informou que está enviando uma equipe de engenheiros nucleares ao Japão para ajudar o país após o derretimento parcial de reatores na usina de Fukushima.

O pedido foi feito pelo governo japonês, que indicou precisar de mais assistência na área ambiental.

Tchernobil

Segundo a Aiea, o que está ocorrendo no Japão é diferente do acidente nuclear de Tchernobil, há 25 anos, na Ucrânia. Nesta quarta-feira, o imperador Akihito, do Japão, fez um raro pronunciamento, em rede nacional, para dizer que estava “profundamente preocupado” com a situação das centrais atômicas do país.

O diretor da Aiea, Yukiya Amano, que é japonês, lembrou que os incêndios sofridos até agora foram causados pelo terremoto da sexta-feira, e os tremores subsequentes.

Após o desastre nuclear de Chernobil, em 1986, cerca de 8 milhões de pessoas foram expostas à radiação. Milhares contraíram câncer na tireoide e outras doenças.

Contato Constante

Amano disse que o envio da equipe é somente o começo da cooperação com o governo japonês. Ele disse que está também em contato constante com especialistas da Organização Mundial de Meteorologia, OMM, que estão ajudando com informações sobre a direção dos ventos.

Os relatos detectam para onde nuvens radioativas estariam se movimentando. Ele informou que a agência da ONU vai consultar o governo japonês sobre outras áreas onde poderia ser útil.

A Missão de Avaliação de Desastres da ONU está sobrevoando áreas, nesta quarta-feira, afetadas pelo terremoto e pelo tsunami.

Pior Crise

No domingo, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse que o país estava vivendo a pior crise de sua história desde a Segunda Guerra Mundial.

A equipe, que trabalha em Tóquio, está analisando a área para o envio de uma missão de reconhecimento às cidades de Fukushima e Miyagi, onde mais de 10 mil pessoas podem ter morrido.

Nesta terça-feira, a Assembleia Geral da ONU fez um minuto de silêncio em memória das vítimas e em sinal de solidariedade aos japoneses.

O Unicef promteu ajudar crianças e jovens afetados pela tragédia. O diretor do Unicef, Anthony Lake, lembrou, que como em qualquer desastre, as crianças são as que mais sofrem as consequências.

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