Criança síria. Foto: UNICEF/NYHQ2012-0221/Kate Brooks

'Sinto vergonha, raiva e frustração com a impotência da comunidade internacional em parar a guerra síria', diz Ban no Kuwait

Criança síria. Foto: UNICEF/NYHQ2012-0221/Kate Brooks
Criança síria. Foto: UNICEF/NYHQ2012-0221/Kate Brooks

“Sinto vergonha, raiva e frustração com a impotência da comunidade internacional em parar a guerra síria”, disse nesta terça-feira (31) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na abertura da Terceira Conferência de Doadores para a Síria, na Cidade do Kuwait, durante a qual a ONU pediu aos Estados-membros e aos doadores internacionais 3,8 bilhões de dólares.
De acordo com estimativas conservadoras, mais de 220 mil sírios morreram em decorrência do conflito, mas o número é provavelmente muito maior. Quatro em cada cinco pessoas vive em situação de pobreza e o país perdeu quase quatro décadas de desenvolvimento humano, com o desemprego em mais de 50%. A expectativa de vida foi reduzida em 20 anos.
“É por isso que o apelo de 2015 é de 8,4 bilhões de dólares”, disse o secretário-geral.
“Meninas e meninos têm sido sistematicamente mortos, feridos e deslocados”, enfatizou, advertindo que os milhões de crianças fora da escola estão criando uma “geração perdida” de sírios.  “Muitas vezes penso em minhas visitas nos últimos anos aos campos de refugiados na Turquia, Jordânia e Iraque. As crianças me perguntam: Por que estou aqui? O que eu fiz de errado? Quando posso ir para casa?”, lembrou Ban.
Quase metade do país foi forçado a fugir de suas casas. Quase quatro milhões de pessoas buscaram refúgio em países vizinhos. Refugiados palestinos na Síria estão enfrentando dificuldades extremas e a maioria teve que fugir mais de uma vez. Os governos em toda a região abriram “as portas, os seus corações e suas carteiras” para famílias sírias, mas agora estão no limite.
Enquanto isso, apesar das ameaças e ataques a trabalhadores humanitários, as agências da ONU continuam fornecendo ajuda para salvar vidas através da assistência transfronteiriça. Mas tudo isso não é suficiente, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.