Síria: ONU pede que comunidade internacional aumente fundos para fins humanitários

Valerie Amos relata para jornalistas sua recente missão na Síria. (ONU/JC McIlwaine)A chefe das Nações Unidas para assuntos humanitários fez ontem (22) um apelo à comunidade internacional por um aumento no financiamento para ajudar 2,5 milhões de sírios que estão em necessidade urgente de serviços básicos como abrigo, alimentação, saúde, água, cuidados e saneamento.
“A situação humanitária piorou desde minha visita em março”, disse a Subsecretária-Geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, que acaba de voltar de uma visita de três dias ao país e ao Líbano.
“Enfrentamos problemas de acesso às pessoas em necessidade, especialmente onde há combate intenso e permanente, mas o financiamento também está nos impedindo”, declarou Amos. “Se tivéssemos mais recursos, poderíamos chegar a mais pessoas, especialmente agora que estabelecemos parcerias sólidas com organizações não governamentais e com o Crescente Vermelho Árabe Sírio.”
A Síria tem sido abalada pela violência, com uma estimativa de 17 mil mortos, a maioria civis, desde que o levante contra o presidente Bashar al-Assad começou há 17 meses.
Em um comunicado à imprensa, Valerie Amos também destacou o trabalho das agências da ONU e seus parceiros, que forneceram ajuda alimentar a mais de 800 mil pessoas ao longo do mês passado, entregando ainda suprimentos, como kits de higiene, cobertores e outros itens básicos, para mais de 60 mil pessoas durante as duas primeiras semanas de agosto.
“Mas isso não é suficiente”, enfatizou. “Não quando estamos lidando com as necessidades de cerca de 2,5 milhões de pessoas.”
Ela observou que o pedido de recursos pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) para um fundo de 180 milhões de dólares de ajuda humanitária na Síria tem sido financiado apenas pela metade e pediu que os parceiros internacionais “contribuam mais generosamente” para tornar possível o aumento da assistência.
“Vamos continuar a fazer tudo para apoiar os deslocados tanto dentro como fora da Síria”, disse Amos, reiterando seu apelo para que todos os envolvidos no conflito respeitem os civis e o direito internacional humanitário.