UNICEF ajuda a recuperar escolas na Síria para novo ano letivo; Angelina Jolie termina visita à região

Chefe humanitária Valerie Amos fala para crianças refugiadas que vivem temporariamente em uma escola em Zahera, Damasco, na Síria, durante uma visita em 14 de agosto de 2012. Foto: OCHA / Ben ParkerEsforços para reabilitar as escolas sírias antes do ano letivo estão em andamento, apesar da violência em curso em todo o país, anunciou na sexta-feira (14) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

O UNICEF já completou os reparos em 64 escolas em Deraa, Damasco rural e Lattakia, enquanto outras 100 escolas serão reabilitadas nos próximos dias e semanas. Entretanto, de acordo com o governo sírio, 2.072 escolas — das 22 mil em todo o país — foram danificadas ou destruídas durante o conflito e mais de 600 servem de abrigo para os deslocados internos.

O governo sírio também está realocando as pessoas deslocadas internamente de algumas escolas para locais alternativos, como edifícios públicos não utilizados, a fim de se preparar para o ano letivo, que estava previsto para começar em 16 de setembro. “É extremamente importante que as crianças voltem para a escola, como forma de proporcionar estabilidade e descanso do conflito”, salientou a Porta-Voz do UNICEF, Marixie Mercado, em uma coletiva de imprensa em Genebra.

Além da Síria, países vizinhos também foram afetados pela crise, com centenas de milhares de pessoas vivendo em campos de refugiados na Jordânia, Líbano e Turquia.

Apontando para a situação no campo de refugiados de Za’atari, na Jordânia, onde metade dos cerca de 28 mil refugiados são crianças, a Porta-Voz disse que o UNICEF está registrando as pessoas em idade escolar e trabalhando para construir uma unidade de ensino que possa acomodar até 5 mil alunos. Enquanto isso, os alunos estão tendo aulas em espaços temporários de aprendizagem, incluindo tendas, uma vez que o ano letivo na Jordânia começou na semana passada.

No Líbano, as escolas públicas aceitarão um número estimado de 32 mil crianças refugiadas quando as aulas recomeçarem, em 24 de setembro. Entretanto a capacidade de absorção continua sendo uma preocupação. O UNICEF vai fornecer para as crianças kits de educação, ensino de recuperação, atividades recreativas e psicossociais. Ao mesmo tempo em que está construindo 10 escolas temporárias no campo de refugiado de Al Qaim, onde 1.250 crianças estão sendo abrigadas.

Enviada especial da ONU, Angelina Jolie termina visita a sírios deslocados

Jolie com refugiados iraquianos. Foto: UNHCR/J. Tanner

Na última parada de uma visita a países vizinhos à Síria, a enviada especial da ONU Angelina Jolie saudou ontem (16) a disposição do Governo iraquiano em receber os que fugiram da violência e disse que espera que todos os sírios que busquem asilo sejam bem-vindos.

“Eu quero destacar os nobres esforços do Governo iraquiano e das pessoas do Iraque em apoiar os refugiados sírios”, disse a atriz de Hollywood, que também é enviada especial do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR). “Nesta conjuntura, é fundamental que o Iraque receba apoio internacional urgente e continue a acolher refugiados através de suas fronteiras”, acrescentou.

Mais de 260 mil refugiados sírios foram registrados em países vizinhos desde que o conflito na Síria começou, em março de 2011, de acordo com o ACNUR. No início desta semana, Jolie visitou a Jordânia, Líbano e Turquia com o Alto Comissário António Guterres, com os dois prometendo apoio contínuo e enfatizando a importância de salvar vidas e manter as fronteiras abertas para sírios em necessidade.