Haiti: Comandante da MINUSTAH fala à Rádio ONU

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, general Luiz Guilherme Paul Cruz, disse que a situação no país está mais calma nesta sexta-feira.

Segundo Paul Cruz, alguns incidentes violentos foram registrados na cidade de Cap Haitien, após manifestantes terem responsabilizado a missão da ONU pelo surto de cólera, que já matou mais de 1,1 mil pessoas.

Uma mãe aguarda atendimento médico para seu filho em um centro de tratamento de cólera (CTC) em L'Estere, cidade cerca de 100 km ao norte da capital do Haiti, Porto Príncipe. Este é um dos diversos centros estabelecidos pelas autoridades de saúde locais e grupos internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), para preservar os pacientes com cólera e combater a propagação da doença. Foto: ONU/Logan Abassi, novembro de 2010.

Uma mãe aguarda atendimento médico para seu filho em um centro de tratamento de cólera (CTC) em L'Estere, cidade cerca de 100 km ao norte da capital do Haiti, Porto Príncipe. Este é um dos diversos centros estabelecidos pelas autoridades de saúde locais e grupos internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), para preservar os pacientes com cólera e combater a propagação da doença. Foto: ONU/Logan Abassi, novembro de 2010.

Aderência

“Em Cap Haitien, durante os protestos, foram jogadas pedras em alguns veículos das Nações Unidas e, aqui também, em Porto Príncipe, em algumas ruas do centro da cidade. Mas eu diria que isso deve ser minimizado porque é muito pequena esta participação. Não há aderência da população. Nós vimos grupos pequenos com esse perfil. Creio que tudo seguirá em frente, sem maiores problemas, principalmente semana que vem, quando forem realizadas as eleições”, disse.

Na noite desta quinta-feira, o chefe civil da MINUSTAH, embaixador Edmond Mullet, pediu aos manifestantes para parar de fechar as ruas da capital, para que as vítimas da doença pudessem ser socorridas.

Segundo agências de notícias, pelo menos 38 pessoas já morreram na capital Porto Príncipe, após seram contaminadas por cólera. A maioria dos óbitos ocorreu na comunidade de Cité Soleil.

Terremoto

A infecção já causou 18 mil internações em todo o país. O agravamento do surto de cólera ocorre logo após a passagem do furacão Tomas pelo Haiti, e depois do terremoto de 12 de janeiro que deixou pelo menos 1,3 milhão de pessoas desabrigadas.

As eleições gerais, que também decidirão quem será o futuro presidente haitiano, estão marcadas para o próximo dia 28.

Ouça aqui a entrevista do comandante da MINUSTAH, general Luiz Guilherme Paul Cruz, à Rádio ONU. Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.