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ONU diz que epidemia de cólera no Haiti está diminuindo

Dados divulgados nesta sexta-feira sugerem que o índice de mortalidade baixou 2%; doença já matou mais de 4,5 mil pessoas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*

O Escritório de Assistência Humanitária das Nações Unidas, Ocha, informou que os níveis de infecção do cólera no Haiti estão diminuindo.

Desde o surgimento do surto, em outubro passado, a doença já matou 4549 pessoas no país. Dados divulgados nesta sexta-feira sugerem que o índice de mortalidade foi reduzido em 2%.

Novos Surtos

De acordo com o Ocha, uma das maiores preocupações das agências humanitárias é assegurar o tratamento de moradores de áreas remotas.

No total, mais de 231 mil pessoas foram contaminadas com a doença.

Junto com o governo haitiano, especialistas da Organização Mundial da Saúde, OMS, continuam na ilha caribenha para executar estratégias de contenção de novos surtos de cólera.

Uma das medidas é o estabelecimento de centros de tratamento em todos os postos de saúde primária. O plano também inclui treinamento de pessoal de saúde local.

Até o momento, o apelo para financiar a resposta ao surto de cólera no Haiti recebeu menos da metade da quantia pedida.

*Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

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Camas especiais são produzidas para o tratamento do cólera no Haiti

Foi iniciada recentemente nas instalações do Programa de Medicamentos Essenciais (PROMESS) a produção e montagem de camas especiais para o tratamento do cólera no Haiti. A produção conta com a ajuda da equipe de logística da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de trabalhadores locais.

Até a última terça-feira (14/12) foram distribuídas mais de 500 camas em todo o país, transportadas por caminhões e helicópteros até os Centros de Tratamento de Cólera (CTC), Unidades de Tratamento de Cólera (UTC), hospitais e outros centros de assistência. Espera-se nos próximos dias que um total de mil novas camas – de fácil montagem e transporte – estejam prontas para distribuição.

Um menino de Cité Soleil lê material educativo sobre a prevenção da cólera. Foto: OPAS/OMS.

Um menino de Cité Soleil lê material educativo sobre a prevenção da cólera. Foto: OPAS/OMS.

Desde que se criou a necessidade de camas para o tratamento do cólera, após a eclosão da epidemia no último mês de outubro, duas equipes de cortadores, soldadores e ajudantes trabalham sete dias por semana para aliviar a enorme demanda deste recurso vital.

REGISTRO FOTOGRÁFICO

As iniciativas se multiplicam tanto no Haiti quanto em nível internacional para impedir a progressão da cólera, que continua a avançar. Menos de um mês após a visita do Secretário-Geral Adjunto de Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Valerie Amos, foi a vez do diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anthony Lake, ir a Porto Príncipe no dia 15 de dezembro, para apoiar o governo haitiano na resposta à epidemia. Foto: ONU/MINUSTAH.

As iniciativas se multiplicam tanto no Haiti quanto em nível internacional para impedir a progressão da cólera, que continua a avançar. Menos de um mês após a visita do Secretário-Geral Adjunto de Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Valerie Amos, foi a vez do diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anthony Lake, ir a Porto Príncipe no dia 15 de dezembro, para apoiar o governo haitiano na resposta à epidemia. Foto: ONU/MINUSTAH.

As iniciativas se multiplicam tanto no Haiti quanto em nível internacional para impedir a progressão da cólera, que continua a avançar. Menos de um mês após a visita do Secretário-Geral Adjunto de Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Valerie Amos, foi a vez do diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anthony Lake, ir a Porto Príncipe no dia 15 de dezembro, para apoiar o governo haitiano na resposta à epidemia. Foto: ONU/MINUSTAH.

Todas as informações mais recentes sobre a epidemia de cólera no Haiti podem ser acessadas na página especial da OMS, clicando aqui.

Após fim dos distúrbios, agências da ONU retomam trabalho em cidade do Haiti

A cidade haitiana de Cap Haitien está calma depois de vários dias de distúrbios ligados ao surto de cólera neste país caribenho. Duas agências das Nações Unidas retomaram suas operações de socorro na cidade, relatou nesta segunda-feira (22) o braço humanitário da Organização.

Distúrbios em Cap Haitien e em outras áreas tiveram início na semana passada, prejudicando os esforços para responder ao surto de cólera que já fez cerca de 20 mil doentes e causou a morte de mais de 1.100 pessoas ao longo do mês passado. Agências da ONU apelaram para o fim de protestos violentos, dizendo que eles estavam minando a resposta ao surto.

Em Saint Marc, Haiti, um homem anda por campo irrigado com água do Rio Artibonite, fonte de contaminação de um recente surto de cólera na região. Foto: ONU/Sophia Paris.

Em Saint Marc, Haiti, um homem anda por campo irrigado com água do Rio Artibonite, fonte de contaminação de um recente surto de cólera na região. Foto: ONU/Sophia Paris.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) puderam retomar, desde o fim de semana, voos para Cap Haitien para distribuir suprimentos de emergência, afirmou o Escritório das Nações para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

A Subsecretário-Geral para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, viajou nesta terça-feira (23) para o Haiti para analisar a resposta humanitária ao surto de cólera. Amos, que também é Coordenadora de Socorro de Emergência da ONU, se reunirá com o governo e com funcionários da ONU, bem como representantes de organizações não-governamentais, durante a visita de dois dias.

No sábado, funcionários da ONU no Haiti expressaram preocupação com a lentidão da resposta a um apelo lançado 10 dias atrás solicitando US$ 164 milhões para conter a disseminação do surto de cólera.

“Ao mesmo tempo em que estamos agradecidos pelas contribuições recebidas até agora, tanto em dinheiro e quanto em espécie, só temos menos de 10% do que necessitamos”, disse o Coordenador Humanitário da ONU no país, Nigel Fisher.

“Suprimentos críticos e profissionais são urgentemente necessários. Precisamos de médicos, enfermeiros, sistemas de purificação de água, pastilhas de cloro, sabão, sais de reidratação oral, tendas para os centros de tratamento de cólera e uma série de outros suprimentos”, acrescentou.

Haiti: Crescente violência impede resposta à cólera

O Representante Especial do Secretário-Geral no Haiti, Edmond Mulet, acaba de pedir aos manifestantes que estão fechando ruas, estradas e pontes em diversos pontos do país que permitam a passagem de assistência humanitária para que esta possa chegar a milhares de pessoas afetadas pelo surto de cólera. “A cada segundo que passa podemos salvar ou perder milhares de vidas”, disse.

Os protestos, que começaram no norte do país e se espalharam para outras áreas, têm impedido as agências de ajuda de entregar bens de primeira necessidade para as pessoas afetadas, que superou a marca de 18 mil no dia 15 de novembro. “Se esta situação continuar, mais e mais pacientes que precisam desesperadamente de cuidados são propensos a morrer e cada vez mais haitianos que estão esperando para ter acesso a cuidados preventivos podem ser contaminados pela epidemia”, alertou Mulet, que também é o chefe da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH).

Membros do batalhão argentino da MINUSTAH descarregam parte das três toneladas de alimentos doados pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), para distribuição às vítimas da recente tempestade tropical que afetou o Haiti. Foto: ONU/Logan Abassi.

Membros do batalhão argentino da MINUSTAH descarregam parte das três toneladas de alimentos doados pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), para distribuição às vítimas da recente tempestade tropical que afetou o Haiti. Foto: ONU/Logan Abassi.

As agências da ONU emitiram um comunicado conjunto hoje (19/11) para pedir o fim dos protestos violentos que estão prejudicando a resposta à epidemia, que começou no final de outubro, está se espalhando rapidamente e que já tirou a vida de cerca de 1.110 pessoas.

“O número de mortes por cólera está aumentando e a situação de segurança impede que os artigos cheguem aos que mais precisam deles, tais como crianças desnutridas, gestantes e idosos”, disse a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) no país, Dra. Lea Guido.

A violência também está impedindo que o Programa Mundial de Alimentos (PMA) forneça refeições quentes diárias a 190 mil crianças nas escolas de Cap Haitien e de assistir 35 mil mulheres grávidas e crianças menores de cinco anos. “Se a violência continuar, os mais vulneráveis pagarão o preço”, disse a Representante do PMA no Haiti, Myrta Kaulard.

Haiti: Comandante da MINUSTAH fala à Rádio ONU

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O comandante da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti, general Luiz Guilherme Paul Cruz, disse que a situação no país está mais calma nesta sexta-feira.

Segundo Paul Cruz, alguns incidentes violentos foram registrados na cidade de Cap Haitien, após manifestantes terem responsabilizado a missão da ONU pelo surto de cólera, que já matou mais de 1,1 mil pessoas.

Uma mãe aguarda atendimento médico para seu filho em um centro de tratamento de cólera (CTC) em L'Estere, cidade cerca de 100 km ao norte da capital do Haiti, Porto Príncipe. Este é um dos diversos centros estabelecidos pelas autoridades de saúde locais e grupos internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), para preservar os pacientes com cólera e combater a propagação da doença. Foto: ONU/Logan Abassi, novembro de 2010.

Uma mãe aguarda atendimento médico para seu filho em um centro de tratamento de cólera (CTC) em L'Estere, cidade cerca de 100 km ao norte da capital do Haiti, Porto Príncipe. Este é um dos diversos centros estabelecidos pelas autoridades de saúde locais e grupos internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), para preservar os pacientes com cólera e combater a propagação da doença. Foto: ONU/Logan Abassi, novembro de 2010.

Aderência

“Em Cap Haitien, durante os protestos, foram jogadas pedras em alguns veículos das Nações Unidas e, aqui também, em Porto Príncipe, em algumas ruas do centro da cidade. Mas eu diria que isso deve ser minimizado porque é muito pequena esta participação. Não há aderência da população. Nós vimos grupos pequenos com esse perfil. Creio que tudo seguirá em frente, sem maiores problemas, principalmente semana que vem, quando forem realizadas as eleições”, disse.

Na noite desta quinta-feira, o chefe civil da MINUSTAH, embaixador Edmond Mullet, pediu aos manifestantes para parar de fechar as ruas da capital, para que as vítimas da doença pudessem ser socorridas.

Segundo agências de notícias, pelo menos 38 pessoas já morreram na capital Porto Príncipe, após seram contaminadas por cólera. A maioria dos óbitos ocorreu na comunidade de Cité Soleil.

Terremoto

A infecção já causou 18 mil internações em todo o país. O agravamento do surto de cólera ocorre logo após a passagem do furacão Tomas pelo Haiti, e depois do terremoto de 12 de janeiro que deixou pelo menos 1,3 milhão de pessoas desabrigadas.

As eleições gerais, que também decidirão quem será o futuro presidente haitiano, estão marcadas para o próximo dia 28.

Ouça aqui a entrevista do comandante da MINUSTAH, general Luiz Guilherme Paul Cruz, à Rádio ONU. Apresentação: Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.