O comitê de monitoração das Nações Unidas disse nesta terça-feira (21) que as investigações israelenses e palestinas no conflito na Faixa de Gaza, que terminou no início de 2009, têm sido até agora insuficientes.

Em março, o Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu criar um painel de especialistas independentes para a “acompanhar e avaliar os processos judiciais ou outras medidas adotadas pelo Governo de Israel e da Palestina” à luz das alegações formuladas no ano passado, no relatório da Missão Independente de Inquérito da ONU sobre o Conflito de Gaza – conhecido como Relatório Goldstone. O relatório afirma que tanto as forças israelenses e quanto militantes palestinos foram culpados de graves violações dos direitos humanos e violações do direito humanitário durante a operação militar, que aconteceu entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

“As partes envolvidas na questão responderam à convocação feita pela Assembleia Geral da ONU e pelo Conselho de Direitos Humanos para cumprir com suas obrigações e investigar as denúncias sobre os crimes detalhadas no Relatório Goldstone, embora de forma diferente”, disse o Presidente do Comitê, Christian Tomuschat. “Porém as investigações continuam, em alguns casos, incompletas, e em outros significativamente abaixo do cumprimento das normas internacionais”.

O Comitê disse também que não recebeu nenhuma resposta às inúmeras solicitações de cooperação e de acesso a Israel e à Cisjordânia por parte das autoridades israelenses. “A falta de cooperação de Israel tem dificultado a avaliação do Comitê de monitoração sobre violações graves de crimes de guerra”, declarou Tomuschat.