Mia Farrow depõe no julgamento do ex-líder liberiano

O ex-Presidente liberiano Charles Taylor, durante sessão do Tribunal Especial para Serra Leoa (TESL). Foto: ONU.A atriz e ativista humanitária Mia Farrow depõe hoje (9) sobre os “diamantes de sangue” no julgamento do ex-Presidente liberiano Charles Taylor no tribunal de crimes de guerra apoiado pelas Nações Unidas. Os juízes do Tribunal Especial para Serra Leoa (TESL) vão ouvir Farrow após os depoimentos dados quinta-feira (5) pela modelo britânica Naomi Campbell.

Campbell disse ao TESL que recebeu uma bolsa com “pedras muito pequenas e de aparência suja” de dois homens não identificados durante a sua estada na casa do ex-Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, em 1997.

Campbell afirmou em seu depoimento que os homens não se apresentaram ao lhe darem a bolsa quando estava na casa presidencial, após um jantar realizado por Mandela. No dia seguinte, discutindo o assunto no café da manhã com Farrow, Campbell disse que foi informada de que as pedras eram possivelmente diamantes e de Taylor, outro convidado do jantar.

A modelo disse que mais tarde deu as pedras a um representante da Fundação Nelson Mandela para as Crianças, porque queria que fossem para caridade. Disse também não conhecer Taylor antes do jantar ou a expressão “diamante de sangue”.

Taylor, que está em julgamento por acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, é acusado de usar “diamantes de sangue” para alimentar o conflito em Serra Leoa, quando era líder na vizinha Libéria. Ele nega ser culpado das 11 acusações do TESL, que incluem pilhagem, escravidão para efeitos de casamento forçado, punição coletiva e recrutamento e utilização de crianças-soldado. As acusações são relativas a seu apoio a dois grupos rebeldes em Serra Leoa, o Conselho Revolucionário das Forças Armadas e a Frente Unida Revolucionária.

O TESL foi criado conjuntamente pelo Governo de Serra Leoa e as Nações Unidas em 2002 e está sediado na capital Freetown. Seu mandato é julgar aqueles envolvidos nas graves violações das leis do direito humanitário internacional e das leis nacionais cometidas no território de Serra Leoa desde o final de novembro de 1996.