ONU espera que cessar-fogo no Sudão do Sul alivie a situação dos civis afetados pelo conflito

Funcionários da força de paz da ONU no país guardam a entrada da sede da missão das Nações Unidas no Sudão do Sul. Foto: UNMISS /Isaac Billy
Funcionários da força de paz da ONU no país guardam a entrada da sede da missão das Nações Unidas no Sudão do Sul. Foto: UNMISS /Isaac Billy

Após a assinatura do acordo de cessar-fogo no Sudão do Sul na quinta-feira (23), as agências humanitárias da ONU continuarão oferecendo ajuda a milhares de civis que sofreram as consequências de mais de um mês de conflitos violentos.

“Esperamos que a assinatura do acordo acabe com os combates e permita que o PMA e outras agências humanitárias prestem socorro urgente às pessoas afetadas por este conflito”, disse o diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no país, Chris Nikoi. “Mas é importante notar que as necessidades humanitárias continuarão mesmo depois que os combates acabarem”, acrescentou.

Até agora, a agência ajudou 178 mil pessoas deslocadas, distribuindo alimentos em várias cidades, incluindo Juba, Bentiu, Bor, Malakal, Leer, Mingkaman, Yirol Médio, Yirol Oeste, Mabior e Aweng.

Ainda não se sabe a extensão dos danos do conflito, mas o PMA acredita que muitas pessoas podem continuar precisando de ajudar alimentícia por vários meses à medida que elas tentam reconstruir suas vidas.

Muitas casas, mercados e pequenas empresas foram destruídos e muitas pessoas perderam suas colheitas anuais, deixando-as sem nada em um momento de luta para alimentar suas famílias.

A agência lançou uma operação de emergência de 57,8 milhões de dólares para responder às necessidades alimentares urgentes dos deslocados e afetados pelos combates no país. As contribuições dos doadores são urgentemente necessárias para fornecer alimentos para as dezenas de milhares de pessoas que fugiram do Sudão do Sul para países vizinhos.

Em Uganda, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) começou uma campanha de imunização em massa na sexta-feira (24) para evitar a propagação do sarampo entre refugiados sul-sudaneses. Cinco casos foram registrados até agora e três suspeitos foram relatados entre os mais de 59 mil refugiados que chegaram desde o início do conflito.

A campanha, realizada em cooperação com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e outros parceiros, vai cobrir todas as crianças refugiadas e de Uganda abaixo dos 15 anos de idade nos distritos de Arua e Adjumani.

Segundo o ACNUR, mais de 100 mil sul-sudaneses fugiram para Uganda, Etiópia, Quênia e Sudão desde meados de dezembro e 490 mil permanecem deslocados internos. Cerca de 1 milhão de pessoas precisam de ajuda urgentemente. A agência afirmou que espera que o cessar-fogo pare o fluxo de refugiados e deslocados internos.